Uma equipa multidisciplinar que efetuou uma vistoria ao lar de Reguengos de Monsaraz detetou “zero desconformidades”.
Uma equipa multidisciplinar que efetuou esta segunda-feira uma vistoria ao lar de Reguengos de Monsaraz, em Évora, onde surgiu um surto de covid-19, em junho, que causou 18 mortos, detetou “zero desconformidades”, disse a diretora técnica da instituição.
“A conclusão da vistoria foi a de que, neste momento, estamos com zero desconformidades”, ou seja, “todos os cerca de 70 pontos que fazem parte da checklist estão de acordo com as regras definidas” para a prevenção da Covid-19, afiançou à agência Lusa a diretora técnica do lar, Sara Luís.
O Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS) já tinha sido alvo de uma vistoria técnica, a 24 de agosto, por uma equipa que incluiu três técnicos: do Centro Distrital de Évora da Segurança Social, da Proteção Civil e da Autoridade de Saúde Pública.
Nesta “visita, no âmbito das chamadas ações de acompanhamento covid-19”, realizadas, “não só a este lar, mas a todas as entidades com as quais a Segurança Social tem acordos de cooperação”, a equipa visitou as instalações do lar e aplicou uma checklist, explicou a diretora técnica.
Na altura, a vistoria, com “caráter preventivo e pedagógico”, apontou “16 pontos a serem melhorados” no lar e indicou “algumas recomendações”, tendo a equipa regressado esta segunda-feira à instituição para “analisar e escrutinar a mesma checklist”, referiu.
“Desta vez, fizeram exatamente o mesmo, foram escrutinando os vários pontos, principalmente aqueles que tinham de ser melhorados, e visitaram as instalações”, relatou.
Segundo a diretora técnica do lar, no período entre ambas as visitas, foi realizado “um trabalho de equipa” para “implementar todas as melhorias sugeridas”, algumas de fácil execução, outras mais complexas: “Alguns dos pontos não eram de tão fácil implementação, nem aqui nem em instituição nenhuma”.
A criação de uma área destinada exclusivamente ao isolamento profilático para utentes foi uma dessas questões mais complexas, mas que foi corrigida.
“Se um utente sai para uma consulta, uma urgência ou uma visita, quando regressa à instituição forçosamente terá de ficar 14 dias em isolamento profilático. Ora, se nós temos cinco a seis consultas ou urgências nessa semana ou o reingresso de utentes que estiveram no domicílio, todas estas pessoas precisam de um quarto único com casa de banho para estarem isoladas”, indicou.
O que o lar fez agora foi “retirar oito vagas e readaptar uma unidade que ficou dedicada só ao isolamento profilático, com quatro quartos”, indicou Sara Luís, exemplificando que foi também “criada toda uma zona protegida, com antecâmara, para futuros casos de utentes infetados com covid-19”.
“As restantes situações apontadas eram muito pragmáticas” e muitas “foram resolvidas de imediato”, disse, referindo que, “infelizmente”, devido ao surto de Covid-19 no lar, a instituição “aprendeu muito e acabou por transpor muitas coisas para esta nova realidade”.
“Mas é preciso estarmos muito atentos e alerta para todas estas situações e estamos a trabalhar para tentar evitar que tenhamos de passar novamente para uma situação” como a do surto que eclodiu em 18 de junho, frisou.
O surto provocou 162 casos de infeção, a maior parte no lar da FMIVPS (80 utentes e 26 profissionais), mas também a 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 16 utentes, uma funcionária do lar e um homem da comunidade.
Esta situação levou à abertura de um inquérito judicial e a uma auditoria da Ordem dos Médicos, que concluiu que o lar não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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