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Justiça indiana declara rios Ganges e Yamuna “seres vivos” com direitos

Jorge Royan / Wikimedia

Pôr do Sol na índia

Pôr do Sol na índia

Um tribunal indiano declarou os rios Ganges e Yamuna – além dos afluentes – “seres vivos” com direitos iguais aos das pessoas.

Este acontecimento ocorre uma semana depois de a Nova Zelândia ter reconhecido o rio Whanganui, na Ilha do Norte, como “pessoa jurídica”.

O Tribunal Superior de Uttarakhand, estado do norte da Índia, “ordenou outorgar ao Rio Ganges, ao Rio Yamuna e aos afluentes os títulos de seres vivos”, disse o advogado M. C. Pant, que em 2014 apresentou a reivindicação para que os direitos destes rios indianos fossem reconhecidos.

Segundo o advogado, a reivindicação foi apresentada a pedido de um habitante da cidade sagrada de Haridwar, em Uttarakhand, por onde passa o Ganges, que “é como uma mãe, mas está a ser descuidado”.

Tanto o Yamuna quanto o Ganges, o rio mais sagrado do hinduísmo, apresentam altos níveis de poluição.

No caso do Ganges, que passa pela cidade de Varanasi, um dos polos do hinduísmo, o nível de bactérias fecais por 100 mililitros pode chegar a 31 milhões, quando o máximo recomendado para o banho é de 500 e para o consumo, zero.

Um estudo publicado na Revista Internacional de Saúde do Meio Ambiente em 2006 concluiu que qualquer pessoa que beba água desse rio pode contrair cólera, hepatite A, tifo, problemas gastrointestinais ou disenteria.

O Ganges é o destino de peregrinação de milhões de pessoas anualmente, que vão “lavar os seus pecados e libertar-se do ciclo de reencarnações”.

ZAP // EFE

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