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Procurador suspeito de corrupção emprestou dinheiro ao amigo Carlos Alexandre

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José Sena Goulão / Lusa

O juiz Carlos Alexandre

O juiz Carlos Alexandre

O “super-juiz” Carlos Alexandre recebeu 10 mil euros do ex-Procurador Orlando Figueira, que é suspeito de corrupção no caso que envolve o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. Carlos Alexandre, que disse numa entrevista não ter “amigos” ricos, alega que foi um empréstimo que já foi pago.

A informação é avançada pelo Público que frisa que Carlos Alexandre, que é responsável por alguns dos casos judiciais mais mediáticos do país, recebeu 10 mil euros do ex-Procurador Orlando Figueira que é arguido na Operação Fizz, sob suspeita de corrupção.

O “super-juiz” foi inquirido no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), há cerca de um mês, a propósito de uma transferência de 10 mil euros para a conta de Orlando Figueira, já depois de este ter sido constituído arguido na Operação Fizz, conforme atesta o Público.

Carlos Alexandre terá alegado que se tratava da devolução de um empréstimo feito pelo seu amigo de há 25 anos e ex-Procurador do Ministério Público.

De acordo com o Público, o juiz explicou ao DCIAP que tinha solicitado um empréstimo de 100 mil euros à Caixa de Crédito Agrícola para a construção de uma casa em Mação, mas que, sendo esse empréstimo faseado, conforme o decorrer da obra, o banco não viabilizou uma transferência de 10 mil euros porque o empreiteiro se teria atrasado nos prazos de execução previstos.

Assim, Carlos Alexandre alega que aceitou a ajuda que lhe foi oferecida por Orlando Figueira e refere que não estranhou as suas possibilidades financeiras, fruto do facto de trabalhar no Grupo BCP e de ser advogado.

Em Setembro de 2016, Carlos Alexandre disse, numa entrevista à SIC, que não tinha “amigos” com dinheiro e que por isso, precisava de trabalhar para pagar as suas contas, naquilo que foi visto como uma insinuação relativa ao processo de José Sócrates que alega que os milhões sob suspeita, na Operação Marquês, foram empréstimos do amigo Carlos Santos Silva.

O Ministério Público suspeita que Orlando Figueira recebeu “luvas” para arquivar processos relacionados com o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, que foi acusado de corrupção, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documentos.

ZAP //

11 Comments

  1. Procuradores, Juizes, Figuras de Estado, até de Países Irmãos, tudo fumaça.
    A Corrupção é uma realidade.
    Aqui é por esse Mundo fora.
    Resultado IMPUNIDADE

  2. A ser verdade, é manifestamente grave, o juiz Alexandre ter mentido ao País, quando deu aquela celebre entrevista. Pois disse-o e por mais que uma vez, que ñ tinha amigos ricos para lhe emprestar tanto assim. Dez mil euros é significativo. Pois ñ é quantia propriamente de amigo pobre. E nem sequer estou a pensar que o juiz Alexandre, tenha que ver c/os processos que entalaram o procurador Orlando.

    • 10 mil € é significativo…mto sim senhor…para um juiz é uma fortuna, está-se mesmo a ver. 10 mil € que foram pagos e vc compara essa miséria com centenas de milhares de € que nunca foram pagos, nem intenção disso havia e o pedinte a levar uma vida de rei. Conte outra, pq essa cheira a partidarite…

  3. este é pra juntar á milagreira do cfp e aos ceguinhos que continuam cegamente a suportar os pafiosos e suas pafiosisses. ainda vão dizer que os 10.000.000.000€ que voaram foi a santa de fátima para ajudar os pobrezinhos. desgraça de gente.

  4. ” Quem cospe para o ar…. ” Que sábio é o povo!
    Este é um daqueles exemplos em que, o Juiz “atira” numa entrevista que “não tenho amigos que me emprestem dinheiro”, “não tenho dinheiro em contas de amigos”, numa clara alusão a Socrates. Ora, afinal, sempre tem amigo, que lhe empresta dinheiro e, ainda por cima, um amigo suspeito de corrupção. Afinal o Juiz também mente. Colocou-se agora numa posição desconfortável, pois a sua credibilidade moral sai afectada.

  5. Mais um!
    Este Sr. já afirmou que, não tinha amigos que lhe emprestassem dinheiro.
    Portanto, já se sabe que a fonte è outra, não o empréstimo de um amigo.
    Chamado ao DCIAP, mente e diz que afinal tinha um amigo que lhe emprestou dinheiro.
    Quantas afirmações diferentes vái o DIAP necessitar e qual vai escolher como séria e verdadeira?
    A que dá agora depois de chamado ao DIAP ou que deu em 2016?
    Claro que estas declarações contraditórias quando está a ser investigado não fazem qualquer sentido.
    As declarações proferidas em 2016, foram efectuadas pelo próprio de livre vontade, sem estar a ser investigado, sem qualquer necessidade de mentir.
    Esta situação mostra, porque è sempre difícil levar a bom Porto um processo ao nível do processo Marquês.
    O Juis Carlos Alexandre já está neste momento nas mãos dos Arguidos.
    Não me surpreende que nos próximos dias o Eng Sócrates apareça na comunicação social a comentar este caso.
    E o resultado destes 2 casos, ” Marquês ” e “inquirição de Carlos Alexandre” já estão resolvidos.
    “ARQUIVADOS SEM CHEGAR A HAVER UMA ACUSAÇÃO”

    • Sr Carlos, não esteja a comparar água com azeite, pois 10 mil € para um juiz não é grande fortuna. Uma coisa é pedir 10 mil € num momento de aperto durante a construção da casa onde mora e pagá-los qdo pôde, outra coisa mto diferente e pedir dinheiro a jorros a “um amigo” sem ter noção de qto pediu, de qto gastou, o amigo ter rasgado os papéis das dívidas e o pedinte andar a fazer uma vida de rei. Acha que 10 mil € para um juiz é mto com a casa em obras, filhos a estudar, alimentação, vestuário, etc…etc… É mto triste não distinguirmos as diferenças, só por não nos interessar.

  6. Temos aqui uma grande dúvida a esclarecer: ele recebeu um empréstimo ou os milhares do procurador Figueira são do juiz CA. ?
    É que o outro tambem diz que foram empréstimos e que já devolveu parte…
    Pelo menos tem de deixar de nos dar lições de moral quanto a ajudas monetárias de amigos, dele é dos outros!

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