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Jovens de Montemor vítimas de “distracção fatal” (mas família suspeita de crime)

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Paulo Novais / Lusa

Bombeiros retiram os corpos das adolescentes de Montemor-o-Velho que estavam desaparecidas.

Bombeiros retiram os corpos das adolescentes de Montemor-o-Velho que estavam desaparecidas.

As duas adolescentes de Montemor-o-Velho, que estiveram desaparecidas durante dois dias e que foram encontradas mortas, terão sido vítimas de desconhecimento e distracção, quando percorriam a linha de comboio a ouvir música.

Esta é a tese que a Polícia Judiciária está a seguir, suspeitando que as duas jovens, de 13 e 14 anos, que foram encontrados mortas numa vala, ao lado da linha férrea, em Vila Nova de Anços, Soure, terão sido acidentalmente atropeladas por um comboio.

Sabe-se que as duas adolescentes entraram num comboio suburbano, na estação de Coimbra-B, alegadamente para regressarem a casa em Montemor-o-Velho. Mas ter-se-ão enganado na paragem onde deviam sair, falhando o apeadeiro de Montemor-o-Velho e saindo mais à frente.

Terão então, decidido voltar para trás percorrendo a linha de comboio, conforme refere o major Armando Videira, da GNR de Coimbra, em declarações à SIC Notícias.

Deste modo, terão sido colhidas por um comboio, apanhadas desprevenidas, a cerca de 5 quilómetros do apeadeiro de Montemor-o-Velho. Nesta zona, os comboios passam a velocidades de 150 km/hora, pelo que o embate terá projectado os seus corpos para fora da linha.

A SIC Notícias adianta que o maquinista nem terá dado conta da presença das jovens na linha, nem de as ter atingido, não tendo sido reportado qualquer acidente no local.

Os corpos das jovens acabaram por ser encontrados por uma patrulha da GNR, pelas 15 horas de sexta-feira, quando efectuava buscas pela linha de comboio.

A TVI apurou junto de fonte policial que as jovens estavam mortas há 48 horas, pelo que terão morrido no dia em que desapareceram.

Família suspeita de crime

As autópsias vão ajudar a esclarecer as causas da morte das adolescentes e confirmar, ou não, a teoria de que foi apenas, um acidente. Mas a tia de uma das menores, Isabel Simões, não está totalmente convencida desta versão.

“Quero acreditar que foi o comboio e não que morreu às mãos de alguém”, refere Isabel Simões em declarações ao Correio da Manhã.

“Ela não era menina de sair de casa como saiu”, diz ainda a tia da jovem, notando que “não é sem dinheiro que se vai para Coimbra de comboio, como elas foram”.

“Elas até podem ter ido à aventura. Mas foi porque alguém as desafiou“, acrescenta Isabel Simões.

Entretanto, um amigo das duas adolescentes garantiu à CMTV que elas foram ter com um rapaz a Coimbra. Este rapaz já terá inclusive, sido ouvido pelas autoridades.

ZAP

5 Comments

  1. O apeadeiro de Montemor-o-Velho fica no Ramal de Alfarelos (entre Alfarelos e a Bifurcação de Lares), onde não circulam comboios a 150 km/h…
    Aliás, as duas pobres e imprudentes jovens foram encontradas à margem da Linha do Norte, o que leva a supor que elas não terão saído em Alfarelos para apanhar a ligação para o Ramal de Alfarelos e saído em Vila Nova de Anços ou Soure e tomado a fatal decisão de voltar para trás pela linha do Norte, expondo-se à deslocação de ar de comboios que circulam a alta velocidade — podem nem ter sido tocadas pela composição, uma vez que o maquinista não se apercebeu de qualquer impacto.
    Cumprimentos.

  2. O apeadeiro de Montemor-o-Velho fica localizado na vila de Alfarelos e na linha da Figueira, não na linha do Norte como o apeadeiro de Vila Nova de Anços. As jovens deviam ter saído do comboio na estação de Alfarelos que fica localizada em Granja do Ulmeiro e aí teriam que apanhar um comboio em direcção à Figueira da Foz, saindo depois no apeadeiro de Montemor. Como curiosidade refira-se que este apeadeiro, apesar do nome, fica a mais de 4 quilómetros de Montemor-o-Velho. Em Coimbra há comboios que se dirigem para a Figueira e outros que, ou iniciando aí o seu percurso ou vindo do Porto ou da linha da Beira Alta, seguem pela linha do Norte em direcção a Lisboa. As miúdas não se devem ter apercebido que teriam que descer na estação de Alfarelos ou distraíram-se e saíram na paragem seguinte. Há uma estrada que passa em Vila Nova de Anços e passa por Alfarelos, praticamente paralela à linha, se bem que a alguma distância. Teria sido mais seguro virem por aí. Facilmente arranjariam boleia. Comunicando o seu caso nesta povoação facilmente alguém poderia telefonar aos seus pais, visto que estavam sem bateria nos telemóveis. Lamentavelmente escolheram a pior opção! RIP!

  3. História mal contada… Iam pela linha a ouvir música e o maquinista não as viu?!… E foram atropeladas ou projectadas?… E os cadáveres não mostram o que aconteceu?… Ninguém é atropelado por um comboio e fica na mesma!… E uma projecção não mata ninguém só por si, depende de onde bater, como, com que força, etc.

    • Vamos lá falar um pouco de física. Presumo que concordamos que a massa de um comboio (várias centenas de toneladas) em comparação com a massa de um corpo humano (75Kg) é inúmeras vezes superior.
      1 – Ruído e percepção do impacto: Ora o chassis do comboio ( aparte inferior, com rodas) é a parte mais sólida de metal e se embater contra um corpo orgânico duvido que haja muito para ouvir, para quem estiver dentro de um comboio… (lembro-me em gaiato de andar num autocarro de turismo dos grandes, ele ter passado um vermelho e colhido uma carrinha pão de forma e só vir a carrinha aos piões e parar do outro lado da estrada e só eu e o motorista nos demos conta por irmos à frente, o pessoal a viajar nem se apercebeu e isto foram apenas 30 toneladas de metal contra uma tonelada de metal e não um comboio vs 2 corpos humanos…).
      2 – Danos de ser colhido por um comboio: Nem falo sobre ficar por baixo de um comboio, vamos apenas imaginar que sofro o embate de um comboio e não acabo cortado aos pedacinhos. Se eu cair ao chão e embater no chão a uma determinada velocidade, é o equivalente (mais ou menos) de levar com uma parede sólida de laso e que tem um peso muito superior ao meu e que se desloca à mesma velocidade com que eu me estatelei no chão. Ora um vamos imaginar que o comboio andava apenas a 100 à hora, dá +- 28metros/s. Isso equivale à velocidade que um corpo atinge a cair na vertical de 39 metros de altura, logo uns 12 andares. Penso que poderei, logicamente, deduzir que uma queda de 12 andares, equivale a a um embate de um comboio a 100 Km/h. E mais poderiamos falar onde vou parar após o embate, se ao ser projectado ainda vou embater a algum lado mais, se caio à frente do comboio e ainda me passa por cima, etc. Logo, a queda dos 12 andares é menos perigosa que a do comboio. E acho que, com base no senso comum, tb podemos todos concordar que uma queda de 12 andares não é muito salutar, e pouco provável de sobreviver.

  4. Entre terem sido projetadas ou atropeladas deve haver uma grande distância na forma como os corpos ficaram, mais, se tivessem sido atropeladas o maquinista certamente se aperceberia da situação, penso que ainda há aqui alguma coisa a desvendar, em todo o caso este é mais um caso do mal crónico da libertinagem em que a sociedade atual vive, melhor seria que políticos pusessem ideologias de parte e se juntassem à volta de uma mesa com pais e autoridades a debater este assunto do qual têm a maior parte de culpa.

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