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Joshua Wong, um dos rostos dos protestos em Hong Kong, concorre em novembro às eleições

Joshua Wong anunciou que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em novembro e avisou que qualquer tentativa de desqualificá-lo só estimulará o apoio aos protestos pró-democracia.

O ativista pró-democracia de Hong Kong anunciou este sábado que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em novembro. Joshua Wong avisou que qualquer tentativa de desqualificá-lo apenas estimulará mais apoio aos protestos pró-democracia.

O anúncio aconteceu antes da manifestação marcada para este sábado, para assinalar o quinto aniversário do movimento dos chapéus-de-chuvas amarelos, quando várias ruas da cidade foram ocupadas por 79 dias pelos manifestantes que exigiam eleições livres, onde o ativista alcançou fama como líder da juventude.

Joshua Wong, de 22 anos, disse que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em novembro e que a votação é crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que o povo está mais determinado do que nunca para vencer a batalha por mais direitos.

“Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse em conferência de imprensa, adiantando que “a batalha a travar é a batalha pela nossa casa e pela nossa pátria”.

O ativista, que tem sido repetidamente preso por causa da organização de manifestações consideradas ilegais, adiantou estar ciente de que pode ser desqualificado, até porque membros do partido Demosisto, que co-fundou em 2016, foram desqualificados no passado na corrida a cargos porque, segundo o ativista, defendiam a autodeterminação.

Mas respondeu: “Se eles me desqualificarem, isso gerará cada vez mais força. Eles pagarão o preço”, ameaçou o ativista que saiu da prisão no início deste mês depois de pagar a fiança.

Hong Kong enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com ações e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas, como eleições livres, e um inquérito independente à alegada violência policial.

Com o aproximar das celebrações dos 70 anos da fundação da República Popular da China, agendadas para 1 de outubro, os protestos prometem intensificar-se este fim de semana nas ruas de Hong Kong.

ZAP // Lusa

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