José Veiga foi formalmente constituído arguido no caso Operação Lex, que se centra nas atividades ilegais do juiz Rui Rangel. O empresário terá entregado vantagens indevidas ao antigo magistrado do Tribunal da Relação de Lisboa.
O juiz Rui Rangel foi demitido no início de dezembro e, apesar de ter contestado judicialmente a pena disciplinar, Rangel continua afastado dos tribunais, assim como a sua mulher, a juíza Fátima Galante que também é arguida neste caso e que foi aposentada compulsivamente da magistratura igualmente no final do ano passado.
José Veiga é um dos novos arguidos no processo, segundo confirmou o seu advogado, Rogério Alves, ao jornal Público. O caso tem agora 16 pessoas com esse estatuto. O empresário José Veiga é também arguido no processo Rota do Atlântico e chegou a estar em prisão preventiva por suspeitas de corrupção no comércio internacional, fraude fiscal e branqueamento de capitais e tráfico de influências.
Natércia Pina, que foi diretora de serviços no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, será outra das novas arguidas. A militante do PSD está envolvida em vários processos judiciais, sendo arguida na Operação Pratos Limpos, na qual é suspeita de fornecer ao marido informações confidenciais sobre os concursos para a concessão de cantinas e cafetarias hospitalares, para que o familiar, empresário do sector, conseguisse superar as propostas apresentadas pelos outros concorrentes.
Na Operação Lex, os investigadores da Judiciária terão detetado vários movimentos bancários entre a funcionária hospitalar e o advogado Santos Martins, o alegado testa-de-ferro do juiz, e que terão permitido pagar várias despesas de Rangel.
O caso foi conhecido a 30 de janeiro de 2018, quando foram detidos cinco arguidos do caso, incluindo o advogado Santos Martins, o filho deste, o oficial de justiça da Relação e uma ex-companheira de Rangel. Nos dias seguintes, a PGR confirmou que o caso tinha na altura 13 arguidos, incluindo Luís Filipe Vieira e o seu vice-presidente Fernando Tavares.
Entre os suspeitos, estão ainda mais dois advogados, incluindo o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues e outra antiga companheira de Rangel. Segundo o Ministério Público, estão em investigação crimes de tráfico de influência, recebimento indevido de vantagem, branqueamento e fraude fiscal.