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Jerónimo recusa adiar Congresso, atira-se às medidas do Governo e sugere que BE é “catavento”

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José Sena Goulão / Lusa

A pandemia de covid-19 é uma situação grave, mas as medidas tomadas pelo Governo são “claramente excessivas”. Na entrevista ao programa Sob Escuta da Rádio Observador, Jerónimo de Sousa deixou ainda claro que a sua sucessão “não será um problema”.

Em entrevista ao programa Sob Escuta da Rádio Observador, Jerónimo de Sousa falou sobre o Orçamento do Estado para 2021, justificando a abstenção na generalidade como uma oportunidade dada ao Governo, uma vez que não quis “desistir da luta antes de a travar”.

Ainda assim, deixou um aviso: a abstenção na votação final global não está garantida. “Se a resposta fosse nula em relação às propostas [na especialidade] não vejo outra solução que reclamar outro Orçamento que não este”. Neste momento, ainda há “muita ausência de resposta aos problemas do país”.

“Não dizemos não porque não, ou sim porque sim, mas votaremos em virtude daquilo que for a evolução das nossas propostas”, sublinhou o comunista.

Dado que “nenhuma hipótese está excluída”, Jerónimo versou sobre um eventual cenário de chumbo, afirmando que “há sempre opção: os duodécimos são uma solução de recurso, mas também pode ser apresentado um novo Orçamento”.

Quanto ao facto de o Bloco de Esquerda votar contra o Orçamento do Estado, Jerónimo diz que “não faz o juízo de valor” que fez o Governo de “desertar da esquerda” e que respeita a decisão do partido. O PCP ficar sozinho não é um problema.

“Nós nunca ficamos à espera do que os outros dizem ou vão ou não fazer. Às vezes dizem que o Governo se dá melhor com o PCP. Não, o que o Governo tem de reconhecer é a frontalidade e a seriedade com que o PCP apresenta as propostas. E isso exige respeito por parte do Governo. Não temos uma posição de catavento“. Questionado sobre se se referia ao BE, Jerónimo disse que “o Bloco não precisa de promoção”.

Adiar o Congresso do PCP é “inaceitável”

O Congresso do PCP, marcado para um fim de semana de recolher obrigatório (26,27 e 28 de novembro), não será cancelado. Jerónimo considera que seria “inaceitável” o Governo exigir o adiamento, já que esta “não é uma atividade qualquer”. “São direitos políticos.”

“Só se houvesse uma desgraça na direção do partido é que seria ponderada a hipótese de adiar o Congresso”, admitiu o líder comunista. Na Festa do Avante! foi garantida toda a segurança, pelo que Jerónimo assegura que o mesmo irá acontecer no Congresso.

O secretário-geral do PCP não concorda com as medidas decretadas pelo Governo por serem “claramente excessivas” e “incapazes de dar resposta ao problema de fundo”.

Sobre o recolher obrigatório, questionou: “Essa medida serve para quê?

Sucessão não é um problema

Já em relação à liderança do PCP que sairá do Congresso, Jerónimo de Sousa diz que houve “um processo de auscultação muito largo em relação a todos os membros do Comité Central que opinaram sobre a questão do secretário-geral”, pelo que “não vai ser um problema a questão do secretário-geral no Congresso”.

Apear de sugerir que vai ficar, diz que a decisão é do Comité Central no Congresso. “O partido não está prisioneiro de uma solução única.”

A escolha de João Ferreira para as Presidenciais “só valoriza” o “camarada”. “O que é importante é que um homem com os valores de abril vai dar uma contribuição inestimável de valorização das próprias presidenciais.”

Deparado com uma escolha entre Marcelo Rebelo de Sousa e André Ventura na segunda volta, não tem dúvidas: “O que melhor serve a democracia”.

ZAP //

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2 Comments

  1. Os comunas estão-se nas tintas para o bem da população, desde que levem a sua “avante”. Quanto ao Costa, tal como para a “festa”, vai fazer uma vénia SENÃO NÃO TEM OE. E quem se lixa é sempre o mesmo!

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