Jerónimo de Sousa traçou o objetivo do PCP para as eleições legislativas: “o voto na CDU conta, e conta bem, para impedir a maioria absoluta do PS”.
A reentré política comunista fez-se na Festa do Avante, onde Jerónimo de Sousa foi direto ao assunto para assumir que o PCP quer evitar a maioria absoluta do PS.
O líder da CDU falou durante 45 minutos, mas foi logo ao seis minutos de discurso que o secretário-geral do PCP abriu fogo ao objetivo central nestas eleições, uma vez que “o tempo até às eleições é curto e o trabalho muito“. Não poupando esforços, falou diretamente ao seu eleitorado e apelou ao voto.
“Valeu e vale a pena”, disse Jerónimo, que assume a paternidade de uma estratégia que permitiu “travar e vencer” uma batalha que permitiu “derrotar um Governo retrógrado”. “Foram quatro anos vencendo resistências internas e ameaças externas”, disse, citado pelo Expresso, sem esclarecer exatamente de onde vieram os travões internos.
Durante o discurso, Jerónimo de Sousa enumerou as “conquistas” ou os “avanços”, mas com um objetivo político concreto: mostrar que é preciso continuar o caminho político iniciado nesta legislatura, e, para isso, é preciso travar as ambições socialistas. O objetivo passa, portanto, por “não deixar o PS de mãos livres”.
Sobre a tese de António Costa de que é preciso cautelas, Jerónimo afirmou que “sabemos o que significa e o que querem com o discurso da crise e da tese dos excessos: querem marcar passo”. Jerónimo de Sousa não tem dúvidas: “os grandes interesses económicos querem duas coisas: a maioria absoluta do PS e tirar força à CDU“.
Vinte e cinco minutos depois, Jerónimo chegou onde queria: “O voto na CDU conta, e conta bem, para impedir a maioria absoluta do PS“.
“Nunca ficamos tolhidos pelas circunstâncias” e “não abandonamos os combates antes de os travar”, avisou Jerónimo, terminando o discurso com a garantia de uma “imensa confiança”.
A ambição passa também por aumentar o número de deputados que alcançou em 2015. Mas, seja qual for o resultado eleitoral, os comunistas prometem não se deixar “tolher”.