Israel vai apostar no reforço da vacina contra a covid-19 e administrá-lo em maiores de 40 anos. Os Estados Unidos defendem que, com a terceira dose, não é preciso reforço anual.
Israel decidiu baixar para os 40 anos a idade mínima para a toma da terceira dose da vacina contra a covid-19, a fim de combater o aumento das infeções ligadas à variante Delta, anunciou o ministro da Saúde.
“Temos vacinas para todos e agora as pessoas com mais de 40 anos podem receber uma 3ª dose”, escreveu Nitzan Horowitz, esta quinta-feira, no Twitter. “A vacina é eficaz, vamos parar esta Delta”, acrescentou o ministro, referindo-se à variante mais contagiosa da doença.
A administração de uma terceira dose da vacina a israelitas com pelo menos 40 anos de idade deverá começar no próximo domingo.
O estado hebraico lançou uma campanha há três semanas para permitir que pessoas com 60 anos ou mais fossem vacinadas com uma terceira dose da vacina, principalmente a da farmacêutica Pfizer/BioNTech. No dia 13 de agosto, baixou para os 50 anos a idade mínima para este reforço.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) pronunciou-se a favor de uma moratória sobre estas terceiras doses de reforço, para se deixarem mais vacinas disponíveis para os países pobres, onde a taxa de vacinação permanece baixa.
O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, defendeu que a administração das doses em Israel, um país de nove milhões de pessoas, não afetaria as reservas mundiais e permitiria testar a eficácia de uma terceira dose.
Na noite de quinta-feira, Bennett, de 49 anos, anunciou que iria esta quinta-feira vacinar-se com uma terceira dose. “Apelo a todos os que cumpram os critérios do Ministério da Saúde para que se vacinem (…), não devemos brincar com as nossas vidas”, disse, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
Sobre este reforço da vacina, a diretora dos Centros para o Controlo e Prevenção da Doença (CDC), Rochelle Walensky, disse que, depois da terceira dose, não se antecipa que seja necessário um reforço anual da vacina.
Segundo a CNBC, os Estados Unidos também anunciaram que vão começar a dar uma terceira dose de reforço da vacina a partir de 20 de setembro. Estão, para já, incluídas as pessoas que tomaram as doses da Pfizer/BioNTech e Moderna há mais de oito meses.
Especialistas ouvidos pelo STAT News discordam da decisão norte-americana, uma vez que ainda não existem dados que evidenciem a necessidade de uma dose de reforço.
Há também quem critique a decisão por ter sido anunciada antes do parecer da Food and Drug Administration (FDA).
ZAP // Lusa