Responsáveis da Organização Mundial de Saúde destacam a importância de os países ricos doarem as suas doses suplementares — destinadas ao reforço da imunidade dos cidadãos já vacinados — aos países pobres, alguns onde o pessoal do setor da saúde e os idosos não foram inoculados.
É uma mensagem que tem vindo a ser repetida pela Organização Mundial da Saúde tem vindo a repetir em inúmeras situações — e parece que o objetivo é partilhá-la até à exaustão até que os governos dos países mais ricos a ouçam. O organismo é contra a administração de terceiras doses da vacina contra a Covid-19 enquanto ainda existir um número substancial da população mundial sem acesso a primeiras doses — o que faz deste um processo “imoral“.
“Estamos a planear distribuir coletes salva-vidas extra para pessoas que já os têm enquanto deixamos outras pessoas afogarem-se sem terem um único colete para salvar a sua vida”, afirmou Mike Ryan, diretor do programa de emergência de saúde da OMS, citado pelo The Guardian. O responsável realçou ainda que a “realidade ética fundamental” leva a condenar a opção de países como os Israel ou a França ao mesmo tempo que se deixa “milhões e milhões de pessoas sem nada para as poder proteger”.
A OMS emitiu esta posição antes das autoridades dos Estados Unidos terem anunciados que todos os cidadãos vacinados serão elegíveis para receber a terceira dose de reforço contra a Covid-19 a partir de 20 de setembro, desde que tenham tomado as duas doses anteriores há mais de oito meses, com os profissionais de saúde e idosos a usufruírem de prioridade. A decisão justifica-se com a diminuição do imunizante contra o novo coronavírus ao longo do tempo.
Segundo o Expresso, a OMS pediu, no início de agosto, uma moratória nas terceiras doses, de forma a conseguir um maior equilíbrio face à desigualdade que continua a existir entre países ricos e pobres no acesso às vacinas — no caso dos últimos, há ainda trabalhadores do setor da saúde e idosos sem uma única dose.
Apelo às farmacêuticas
Esta quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde também apelou à farmacêutica Johnson & Johnson para que deixe de exportar as suas vacinas produzidas na África do Sul para países ricos, de forma a combater a escassez nos territórios mais pobres. “Instamos a J&J a dar prioridade urgente à distribuição de vacinas em África antes de pensar em fornecer países ricos que já têm suficientes“, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa.
Citado pela agência noticiosa Efe, o dirigente também pediu à farmacêutica suíça Roche que partilhe a sua tecnologia e informações relacionadas com o “tocilizumab“, fármaco que a OMS recomendou em junho para o tratamento dos casos mais graves de Covid-19. “Pedimos que seja distribuído de forma equitativa“, afirmou.
Ainda sobre a distribuição pouco equitativa das vacinas contra o novo coronavírus — apesar dos sucessivos apelos da OMS — Ghebreyesus, afirmou que “atualmente, apenas 10 países administraram 75% de todas as vacinas e os países de rendimentos baixos apenas vacinaram 2% da sua população”.
E que tal a OMS condenar os governantes corruptos desses países ditos pobres, porque alguns são bem ricos, e afirmar que é imoral continuarem a viver faustuosamente enquanto a maioria da população morre na rua de doença e de fome!
Isso é que era! Talvez assim os países verdadeiramente pobres, porque também os há, pudessem um dia sonhar em ter vacinas suficientes, não apenas para a Covid.
Não concordando inteiramente com o seu ponto de vista (porque apesar de tudo, por um lado, é necessário que todos sejamos vacinados e, por outro, muitas dessas pessoas não têm sequer conhecimentos para perceberem que há outras realidades para lá daquela em que vivem), não posso deixar de subscrever a sua perspectiva. É, de facto imoral, que a OMS, a ONU, a UNICEF, etc., por exemplo, venham hipocritamente condenar a falta de solidariedade dos países ricos, mas se esqueçam, depois, destas questões de “somenos” importância, mas que ajudam a perceber essa pobreza crónica.
Completamente de acordo.
Mas acha mesmo que alguma outra doença é mais importante que a covid-19?
Você não !!!
Em 2014/2015 a gripe comum … um vírus que tem vacina aos anos, matou em um inverno mais de 8000 pessoas, a gripe comum tem morto mais de 3000 pessoas por ano excepto este último … em que aparentemente não morreu ninguém, exacto, 0 pessoas. (Estranho ? Só para alguns!!!)
O Covid foi um vírus que criou muitos problemas, primeiro porque não havia vacina, segundo porque apareceu do nada e começou a matar sem dó nem piedade e terceiro porque muita gente lucrou com o pânico, mas hoje, com as vacinas, este vírus é quase menos perigosos que a meningite (OK, estou a exagerar) … no entanto continuamos a dar-lhe a importância que tinha o ano passado, quando hoje ele mata menos que a gripe comum num ano normal.
Com certeza há muitas outras doenças cujo tratamento está sendo prejudicado pelo foco na COVID19 e por normas de comportamento que inibem consultas e exames.
Há um agravamento da situação de outras doenças em andamento, cujos resultados serão notados mais à frente.
Infelizmente, haverá interesse político em não apontar esses efeitos colaterais dos equívocos atuais.
Os profissionais que estão alertando quanto a isso estão sendo calados.
De acordo!