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Isabel dos Santos utilizou três identidades para entrar e sair de Portugal

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Manuel Araújo / Lusa

A empresária angola Isabel dos Santos utilizou três documentos de identificação distintos durante as últimas viagens que fez entre Portugal e o Reino Unido.

“Izabel Dosovna Kukanova”, “Isabel José dos Santos” e “Santos Isabel” foram as identidades utilizadas pela filha do antigo Presidente da Angola José Eduardo dos Santos, segundo precisa o Jornal de Notícias que avançou a notícia este sábado.

Os dois primeiros nomes enumerados dizem respeito a dois passaportes (um russo e outro angolano), sendo a terceira identificação de um cartão de residente do Reino Unido.

Nesta quarta-feira, a empresária fez uma “visita-relâmpago” a Portugal. Esteve menos de 24 horas em solo português para delegar poderes: chegou com passaporte angolano mas, no regresso, apresentou-se no controlo alfandegário com a documentação russa.

Há menos de três semanas, conta ainda o matutino que ouvir fontes aeroportuárias e autoridades, utilizou documentos britânicos, entre os quais o blue card, normalmente conhecido como cartão de residente do Reino Unido.

O Jornal de Notícias questionou a Embaixada de Portugal em Londres sobre a eventual existência de um passaporte britânico de Isabel dos Santos, tendo o organismo remetido mais explicações para o Ministério do Interior britânico, que, por sua vez, recusou “esclarecer dúvidas sobre um cidadão específico”.

Luanda Leaks

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no passado domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político e sustentou que as alegações feitas contra si são “completamente infundadas”, prometendo recorrer à justiça.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República da Angola anunciou que Isabel dos Santos foi constituída arguida num processo em que é acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol e que visa também portugueses alegadamente facilitadores dos negócios da filha do ex-Presidente angolano.

De acordo com a investigação do consórcio, do qual fazem parte o Expresso e a SIC, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai e que tinha como única acionista declarada Paula Oliveira.

A investigação revela ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no EuroBic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária da petrolífera angolana.

O EuroBic já anunciou que Isabel dos Santos vai abandonar a estrutura acionista, o mesmo acontecendo na Efacec e já depois de os três membros não executivos do conselho de administração da NOS ligados a Isabel dos Santos terem anunciado a sua saída da operadora de telecomunicações.

ZAP //

7 Comments

  1. pois claro, PT não é um País SEGURO, a nivel do Estado de Direito, não só ela o “sente”, o Rui Pinto também e eu também, e por isso tem de “inventar” esquemas para poder usar da sua “Liberdade”.
    PT é pior que Africa Coreia do Norte ou China.

  2. “Quem tem cú tem medo”, pois claro. Com toda a perseguição que é feita à senhora ela tem que se precaver, “não vá o diabo tecê-las”. Eu fico mesmo muito comovido com toda esta onda de solidariedade para com Angola. Não fosse o facto destas pessoas, representadas pelo império Balsemão e outros serem os mesmos que saquearam Angola, assassinaram os seus habitantes, maltrataram o seu povo e criaram à volta de Luanda dos brancos, bonita e limpa uma imensa periferia de musseques malcheirosos e sem saneamento para os pretos, até dava para chorar. Agora vem o primeiro ministro balsemão e a MRPP Ana Gomes com o seu séquito de apaniguados mostrar como vivem mal os angolanos. Angola tem de arranjar uma UE que dê esta batelada de dinheiro, como fez com Portugal para acabar com os bairros de barraca que proliferam por esta Lisboa e não só, a fim de naturalmente darem mais dignidade ao seu povo.

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