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Investimento em infraestruturas menor do que há 40 anos. Em 1978, estradas recebiam o dobro

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Paulo Novais / Lusa

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

O investimento em infraestruturas de transporte e rodoviárias, como estradas e ferrovia, tem vindo a cair nos últimos anos, chegando a atingir níveis mais baixos do que em 1978 quando Portugal não tinha ainda os apoios de fundos europeus. No caso da rede nacional de estradas, o investimento é “metade do dinheiro” gasto em 1978.

De acordo com dados do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia que foram consultados pelo Expresso, o investimento em infraestruturas “tem caído tanto em Portugal nos últimos anos que até já está a bater os mínimos históricos do final dos anos 70 e do início dos anos 80″.

A situação é particularmente notória na área dos transportes, segundo os dados alusivos à Base de Dados de Investimentos em Infraestruturas desde 1978.

Os gráficos analisados pelo Expresso demonstram um “progressivo desinvestimento” na “construção ou manutenção de infraestruturas ferroviárias, aeroportuárias, portuárias ou rodoviárias”, bem como em “infraestruturas básicas de telecomunicações, água ou energia” e “em infraestruturas sociais de educação ou saúde”.

Quanto à rede nacional de estradas, “investe-se metade do dinheiro que em 1978”, analisa o Expresso, sustentando que nas autoestradas e portos, “o investimento mais recente está ao nível de 1979” e que “nos aeroportos são aplicados tão poucos milhões como no início dos anos 80”.

No caso da ferrovia, o montante médio anual do investimento em infraestruturas ferroviárias caiu dos 375 milhões no período entre 1978/2011 para os 115 milhões durante o Governo de Passos Coelho e para os 103 milhões no mais recente Executivo até 2018.

“O grande problema é o investimento público”

A situação de desinvestimento está intimamente relacionada com a falta de investimento do Estado, como analisa Christian Weise, o representante da Comissão Europeia que esteve, neste mês, em Portugal, a analisar os desequilíbrios do país, conforme cita o Expresso.

Várias entidades nacionais e internacionais têm alertado para a falta de investimento público em infraestruturas, considerando que os montantes aplicados não têm sido suficientes sequer para compensar o desgaste provocado pelo tempo. Isso leva à degradação do “stock de capital” que é fundamental para o crescimento económico do país.

A economia portuguesa “não aguenta por muito mais tempo”, têm alertado instâncias nacionais e internacionais.

No Orçamento de Estado para 2020 estão previstos vários investimentos em hospitais, escolas, pontes, rodovia e corredores ferroviários, mas a crise económica previsível associada à pandemia de coronavírus pode pôr tudo em causa.

O investimento público foi, em Janeiro de 2020, de 174 milhões de euros, mais 27% do que em Janeiro de 2019, mas ainda menos 11% do que em Janeiro de 2015, como alerta o Expresso.

ZAP //

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1 Comment

  1. Em 1978 não havia estradas em betuminoso, eram em terra ou nem existiam. Hoje, Portugal é um dos países com melhores estradas, está muuuuuito melhor que naquela altura, houve muito investimento, e está melhor que muitos outros países. Há que investir agora é na saúde, nos lares e nas escolas.

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