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Decisão “vergonhosa”. Iniciativa Liberal e Chega indignados com distribuição de lugares no Parlamento

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António Cotrim / Lusa

Está definida a distribuição de lugares do próximo Parlamento. O Iniciativa Liberal e o Chega não estão contentes e criticam a decisão.

A decisão da conferência de líderes do Parlamento sobre os lugares que os novos partidos assumirão nesta legislatura não foi pacífica. Iniciativa Liberal (IL) e Chega, que não tiveram assento na reunião em que os assentos foram atribuídos, estão descontentes.

De acordo com o Observador, o  presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, propôs uma distribuição de lugares significativamente diferente face à última legislatura. A distribuição de lugares pode ainda não ser definitiva, já que os novos deputados não foram ouvidos.

André Ventura, do Chega, vai sentar-se o mais à direita possível do hemiciclo, na segunda fila, isto porque os deputados únicos não têm assento na primeira fila. O mesmo acontece com Joacine Katar Moreira, do Livre, que se sentará na segunda fila, entre o PCP e o PS, e com João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, que se vai senta na segunda fila, ao lado do PSD e do CDS.

A novidade é do Partido Ecologista Os Verdes, que consegue chegar à primeira fila, estatuto só atribuído aos grupos parlamentares (representados por mais do que um deputado). Na primeira fila entra também o PAN (dois deputados na primeira e dois na segunda), mantendo a posição que teve na legislatura anterior, entre o PS e o PSD.

Já o Bloco de Esquerda mantém os seus 19 lugares o mais à esquerda possível, seguindo-se o PCP. Ao lado dos comunistas aparece o PEV. Imediatamente atrás do deputado d’Os Verdes, aparece o Livre, que fica entre os comunistas e os socialistas – e longe do Bloco de Esquerda.

Seguem-se os deputados do PS, depois os quatro do PAN, e depois o PSD. Imediatamente ao lado do PSD, na segunda fila, aparece o deputado do Iniciativa Liberal. Seguem-se os cinco deputados do CDS, no lado direito do hemiciclo, e à sua direita há agora um deputado: André Ventura, do Chega.

Numa nota enviada ao Expresso, o Iniciativa Liberal explica que “as conclusões da conferência de líderes demonstram uma vez mais o sentimento de propriedade que alguns têm da democracia. Tomam decisões sobre deputados que não estão presentes e, neste caso, até ignorando uma vontade demonstrada publicamente”.

O IL, que se estreia no Parlamento com a eleição de João Cotrim Figueiredo por Lisboa, queria ficar “o mais distante dos extremos“, uma vontade que promete voltar a frisar “assim que os trabalhos começarem”.

“O mundo evoluiu, mas alguns continuam presos a estereótipos da revolução francesa”. O hemiciclo, “assim como a política portuguesa, precisa de se renovar”, concluem os liberais, na nota enviada ao semanário.

O Chega também critica a distribuição dos assentos, não pela localização no espectro, mas sim pelo recuo do lugar. André Ventura terá um lugar no extremo direito do hemiciclo, mas sem direito a primeira fila, como costuma acontecer com os deputados únicos.

André Ventura disse ao Expresso que esta decisão é “vergonhosa”. “Se pudessem, colocavam o Chega cá fora na escadaria.” O deputado adiantou ainda que o partido deveria também ter direito a voto em conferência de líderes.

Dos estreantes, o único contente é o Livre. Também ao Expresso, através de fonte oficial, o partido confirmou que o seu assento, entre PS e PCP, corresponde à vontade que tinha expressado inclusivamente nas reuniões com os “órgãos institucionais” próprios.

Três pequenos querem regime de exceção

Chega, Iniciativa Liberal e Livre vão exigir poder assistir às reuniões das conferências de líderes com o estatuto de observadores – como aconteceu com o PAN em 2015.

Os três partidos avançaram ao jornal Público que se vão bater por um estatuto igual àquele de que beneficiou André Silva, deputado do PAN, ainda que tenha sido criado, na altura por acordo de todos os partidos, como sendo uma situação de excepção.

O deputado assistia às reuniões mas não podia votar nem intervir. De acordo com o diário, a excecionalidade será precisamente o argumento que os três partidos deverão usar para tentar contrariar a pretensão dos três novos deputados.

O Livre diz saber que o regime foi de exceção mas, uma vez “aberto o precedente”, deve manter-se nesta legislatura, enquanto que a Iniciativa Liberal segue o mesmo caminho e vai pedir o estatuto de observador para João Cotrim de Figueiredo. Já o Chega de André Ventura avisa que vai ser “intransigente” a querer “os mesmos direitos dados ao PAN”. “Juridicamente não há outra solução.”

ZAP //

13 Comments

  1. Estes minoritários chegaram agora e já incomodam… Têm uma pessoa e querem lugar VIP.. Os do costume apresentam-se com mais de 50 pessoas e não reclamam lugares.
    Culpa da gente mesquinha que votou nestas palhaçadas….

    • Palhaçadas são as eleições nas últimas décadas em que os lugares são sempre para os mesmos! Palhaçada é num país pobre termos lá 230 pançudos a encher do suor do trabalho do privado! Palhaçadas são comentários como o seu que pelos visto se sentiu incomodado e nem lá tem o traseiro!
      Bem ou mal, acho bem que os novos façam “barulho” e agitem o pó que lá anda! Pode ser que a bicharada se sinta incomodada como o senhor e dê lugar a outros!

    • Ai os outros são VIPs, olha lá vossa excelência, hahahaha…são mas é todos uns palhaços num circo a desgovernar este país, isso é que são!

    • Está lunático. Viu hoje a notícia sobre o endividamente das famílias portuguesas na grande Lisboa em que no casod e compra deixam 58% do seu rendimento para a prestação da casa e 67 para quem aluga? Viut ambém os dados da Pordata a indicar que para cada 100 jovens há 148 idosos?

      É este o páis que temos e elegemos nos últimos 30 anos. Não quero dizer que o Chega é a solução. Mas que o que temos não serve.

  2. Caro Miguel Ferreira, é notável a sua noção de democracia! Como são minoritários não têm direito a expressar a sua opinião, nem a quererem ser … maioritários… E ainda tem a “lata” de dizer que quem vota em partidos com votações pouco expressivas é “mesquinho”. Que opinião tão tacanha, é o mínimo que se pode dizer. Caso ainda não tenha percebido, pequenos e grandes representam o povo português. A minha esperança é que a sua opinião seja muito minoritária num país democrático e livre.

  3. O PAN deveria ficar à porta. Já que os animais não entram, eles deveriam ser solidários com os seus maiores apoiantes.
    O CHEGA deveria ficar junto à porta de saída do hemiciclo. Estou convencido que vamos ver este homem a ser expulso de lá.
    O INICIATIVA LIBERAL deveria estar em cima do CDS, já que nos próximos anos esvaziará o pouco que resta do CDS.
    O LIVRE deveria andar à solta sem lugar certo. São livres!

    • Pois então, o teu cérebro, se é que tens, só dá para escreveres asneiras. E que tal não opinares desta forma estúpida? Seu fascista ditador.
      Apenas retiro o que disse, se o que disse foi dito mesmo a brincar. É que não parece, mais ainda porque estes tipos de brincadeiras já são demais, já cheiram mal, caiem mal em muita gente sente-se desrespeitada.
      O respeito tem de ser nos dois sentidos.

      • Ó Carlos tens alguma coisa nessa cabeça?! Não me parece.
        Não compreender o que é a ironia é um manifesto atestado de limitação cerebral. Fica bem e procura cuidar dos poucos neurónios que ainda te restam. Se não conseguires sozinho, interna-te!

      • Pois então, tenho sim e dos bons neurónios, e certamente mais em n° e mais saudáveis que os teus, pois quando profiro ironias, ajo em função do contexto em que as mesmas são largadas.
        Aqui não conheces ninguém, lanças ironias insultuosas? Porra, que grandes ironias produzes tu. É melhor ires tirar um curso de iniciante ao tema.
        Claro que detetei “algum” potencial de ironia no seu texto, muito pouco cuidadoso, ou muito bruto, pois com a ironia se diz o que se quer a “brincar” e quantas vezes se é mais “sacaninha” que a dizer as verdades de forma direta.
        Mandei-te a boca de forma condicional, e caíste que nem um pato, ou será que nem um burro? Lá está, o problema de neurónios não está em mim, claramente.
        Se alguém precisa de ser internado, talvez sejas tu.
        Fica bem.

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