A Infanta Cristina, irmã do rei Filipe de Espanha, escreveu à Audiência de Palma para pedir a devolução de 899.988,59 euros, pela decisão final do Supremo Tribunal relativamente ao caso Nóos.
Segundo avança o El Periódico, a quantia exigida pela Infanta Cristina é a diferença da quantia depositada como fiança durante o processo de investigação e a indemnização que o Tribunal a sentenciou a pagar.
Face a uma eventual condenação, Cristina depositou, durante a fase de investigação do caso, um total de 1.036.938,58 euros. Agora que se confirmou a sentença, que não seguiu para recurso, o procurador da infanta reclama o “montante restante”, ou seja, 899.988,58 euros.
O Supremo Tribunal condenou a Infanta Cristina de Borbón a pagar uma indemnização de 136.950 euros por responsabilidade civil de crimes lucrativos de apropriação indevida de fundos públicos e fraude à administração cometida pelo marido, Iñaki Urdangarin.
A justiça espanhola absolveu a Infanta em Fevereiro de 2017 pelas suspeitas de evasão fiscal, mas acabou por condenar o seu marido. Urdangarin, foi condenado a seis anos e três meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 512.553 euros por enriquecimento com dinheiros públicos através de um esquema fraudulento feito pelo Instituto Nóos.
Em junho, o Supremo Tribunal espanhol reduziu para cinco anos e dez meses a pena a que Urdangarin tinha sido condenado e impôs uma condenação por peculato, invasão, fraude à administração e crimes fiscais que obrigam a cumprir pena de cadeia.
A redução da pena ficou a dever-se à absolvição do cunhado do rei de Espanha do crime de falsificação de documento público cometido pelo funcionário, uma vez que o seu envolvimento não ficou provado.
O cunhado do rei de Espanha apresentou-se na prisão de Brieva, em Ávila, a 18 de junho, para cumprir a pena de cinco anos e dez meses por participação no caso Nóos, instituto que fundou e dirigiu entre 2004 e 2006.
O julgamento colocou um membro da Casa Real espanhola no banco dos réus pela primeira vez na história do país. O rei Filipe VI retirou à irmã e ao cunhado o título de duques de Palma de Maiorca, tendo reduzido a família real ao núcleo familiar e aos pais, reis eméritos.