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Índia alerta para variante Delta Plus, já presente em Portugal. É a chamada “mutação nepalesa”

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Jagadeesh Nv / EPA

A Índia alertou, esta terça-feira, para uma mutação da variante Delta, chamada Delta Plus, que já terá sido detetada em nove países, incluindo Portugal. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge confirma que se trata da chamada “mutação nepalesa”.

De acordo com o Hindustan Times, o Governo indiano revelou que já foram identificados pelo menos 22 casos desta variante, que foi considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma “variante de preocupação”.

Em conferência de imprensa, esta terça-feira, o Secretário do Ministério da Saúde indiano, Rajesh Bhushan, disse que estas duas dezenas de casos foram identificadas em três estados indianos, sendo que 16 foram no estado de Maharashtra, cita a agência Reuters.

O governante declarou que a Delta Plus, também chamada B.1.617.2.1 ou estirpe AY.1, mostrou uma maior transmissibilidade e, portanto, aconselhou os estados a aumentarem a testagem.

Segundo a cadeia britânica BBC, Bhushan declarou que esta mutação, além da elevada transmissibilidade, liga-se mais facilmente às células pulmonares e é potencialmente resistente à terapia com anticorpos monoclonais.

Esta variante já foi identificada em nove países, nos quais se inclui, além da Índia, Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão, Polónia, Nepal, China e Rússia, segundo o mesmo jornal indiano.

Porém, em declarações ao jornal Público, o investigador João Paulo Gomes confirmou que esta é a mesma que ficou conhecida no nosso país como “mutação nepalesa”, que na altura foi usada pelo Governo britânico como justificação para colocar Portugal na chamada lista “âmbar”.

O investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) acrescentou ainda que esta mutação “não está a ter disseminação relevante nem no Reino Unido nem em Portugal” e, das últimas amostras sequenciadas pelo Insa, “apenas 3% tinham essa mutação adicional”.

Segundo o matutino, a mutação em causa é a K417N, sendo que nos vírus em que está presente se situa na proteína da espícula, que é responsável pela entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas.

Entretanto, ao jornal online Observador, fonte oficial do Insa também confirmou esta informação. “Numa primeira fase chamaram-lhe mutação nepalesa, mas já está presente em Portugal há algum tempo“, explica a mesma fonte, acrescentando que está “identificada como uma variante de interesse e a ser monitorizada” pelo instituto.

Esta terça-feira à noite, no programa da RTP “É Ou Não É”, João Paulo Gomes afirmou que a variante Delta, detetada pela primeira vez na Índia e que já se espalhou por pelo menos 92 países, representa 70% dos novos casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

ZAP //

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