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Decisão “chocante” e “bizarra”. Governo britânico debaixo de fogo após retirar Portugal da “lista verde”

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O Governo britânico decidiu que, a partir da próxima semana, Portugal regressa à lista de países de risco, saindo da “lista verde” de viagens. Como tal, muitos britânicos estão a cancelar as férias que tinham planeado para o nosso país.

As companhias aéreas são as primeiras a reagir com estranheza e a contestar a decisão do governo britânico. Em comunicado enviado à SIC, a EasyJet diz que foi uma “decisão chocante” e está a rever o planos de voos para Portugal.

A Ryanair condenou a decisão “bizarra” do Reino Unido de retirar Portugal da “lista verde”, referindo que a decisão “não tem qualquer base científica ou de saúde pública”.

A Ryanair lamenta a decisão, considerando que “75% dos adultos do Reino Unido já receberam uma vacina” contra a Covid-19 e também que “as taxas de vacinação em Portugal estão a recuperar rapidamente os níveis do Reino Unido, com mais de 40% dos adultos de Portugal” já vacinados.

O presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, classificou hoje como “política” a decisão do Reino Unido de retirar Portugal da “lista verde” de viagens, impondo quarentena a partir de terça-feira a quem chega a território britânico.

“É uma decisão que o Governo britânico tomou por uma questão de política interna e não por uma questão de risco”, afirmou o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), frisando que a justificação dada pelas autoridades do Reino Unido “não utiliza Portugal como referência” para as infeções de covid-19 e até Malta, “que tem uma incidência de nove casos por 100.000 habitantes, ficou de fora” da “lista verde”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou que é preciso fazer os “amigos britânicos” perceberem que a situação epidemiológica de Portugal está controlada.

“O trabalho que temos pela nossa frente é de ajudar os nossos amigos britânicos a perceberem melhor que a situação pandémica em Portugal é bastante razoável”, garantiu Augusto Santos Silva, em entrevista à RTP.

“Hoje, o argumento que usam é um argumento de irrelevância estatística”, argumentou o ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo-se à justificação da mutação nepalesa mencionada pelas autoridades britânicas. Existem 12 casos da variante indiana com essa mutação no país.

A decisão do Governo britânico de excluir a Madeira da “lista verde” de viagens revela falta de “rigor científico” e “incorreção”, afirmou o secretário regional do Turismo, apelando a uma “discriminação positiva” para o arquipélago.

“Foi com enorme surpresa que recebemos esta decisão do Governo britânico”, admitiu o secretário do Turismo e Cultura da Madeira. “Nesta tomada de posição, nós estranhamos porque não há nenhum rigor científico, nenhuma fundamentação científica para que a Madeira seja tratada desta forma”, acrescentou Eduardo Jesus.

O grupo parlamentar do PSD requereu hoje uma audição, com caráter de urgência, ao ministro dos Negócios Estrangeiros.

Os sociais-democratas requereram “a realização de uma audição, com caráter de urgência”, ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, “no sentido de explicar os esforços que realizou até ao momento da decisão e que iniciativas desenvolverá para que imagem de Portugal não seja prejudicada”.

A bancada parlamentar do PSD considerou que a retirada de Portugal da ‘lista verde’ britânica de destinos considerados seguros para os cidadãos, na sequência da pandemia provocada pelo SARS-CoV-2, é “um recuo que põe em risco a recuperação financeira dos setores vitais para economia do país, como o turismo, a hotelaria e a restauração”.

A TSF falou com alguns empresários do setor do turismo e da restauração. Miguel Campina tem um restaurante na praia das Dunas Douradas, no concelho de Loulé, e apesar dos cancelamentos e voo adiados dos britânicos, acredita que os outros mercados poderão ajudar a economia da região.

“Em junho, julho e agosto vamos ter o mercado nacional, germânico, holandês, francês, espanhol, não é o fim do mundo”, desdramatiza. “Vemos amigos nossos, clientes britânicos de largas décadas, tristes por não poderem frequentar o Algarve, virem a Lisboa ou ao Douro”.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

10 Comments

  1. Cheira-me a lobby de outro país ou países. Os britânicos sempre foram uns “vendidos”. Essa deve ser a verdadeira “opção política” da qual tanto se fala. Nome discreto para este tipo de jogadas.

    Mas digamos de passagem que nós só queremos é o dinheiro deles. Daí até o governo “piar” baixinho em relação a este anúncio. Sim, porque o resto pouco ou nada importa e não queremos cá. Como as bebedeiras, as confusões, a porrada e o emproeiramento.

    • Ah ! E faltou o óbvio… acho que também não queremos cá infectados com variantes exóticas. Os pobres, claro. Porque se vierem gastar muita libra, até podem vir com a moléstia que a malta deixa entrar.

  2. Os ingleses são os nossos célebres “amigos de Peniche”, são os mesmos do mapa cor-de-rosa em África, no final do século XIX, foram eles, em nome da mais antiga aliança militar do mundo, que nos precipitaram para a I Guerra Mundial. Portanto, nada de novo. As gerações passam, mas eles continuam iguais a si próprios.

  3. Os ingleses pregaram uma partida ao Costa.
    Acenaram-lhe com 50 milhões de euros para fazer no Porto a final da Champions entre dois clubes ingleses.
    Eles sabiam ser perigoso fazer a final na Inglaterra.
    Para facilitar a invasão dos “hooligans” ingleses, Portugal foi colocado na Lista Verde.
    Acabado o jogo, o Boris, faz as contas e resolve reter os seus turistas, passando Portugal para a Lista Ambar!
    Que bela canelada, a segunda em pouco tempo.
    O próprio jogo serviu para aumentar os casos de infeção, com ingleses com 75% da variante indiana e com 39 casos da nepalesa.

  4. Tem toda a razão o Carlos de Sousa. Os ingleses, nunca foram nossos amigos, e nunca o serão. E todas as acções que parecem ser de amigos, é apenas por lhes interessa e mais nada. Com amigos destes, não precisamos de inimigos. Eles não são amigos de ninguém nem sabem o que isso é.

    • Deixaram entrar os hooligans por dois dias e fecharam a porta á entrada do turista endinheirado, obrigando-os a gastar o dinheiro lá dentro. Isto sim é política protecionista a longo prazo, Portugal deveria abrir os olhos de uma vez por todas, mas infelizmente somos um país que depende do turismo, e quando um país depende unicamente de um setor, cheet happens…

  5. Já era de esperar, pois os britânicos são seres que se compram facilmente.
    Aqui á outros países que querem ter os ingleses e outros estrangeiros como a Espanha, Grécia e outros países.
    É fácil comprar os ingleses.

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