Praticamente duas semanas depois, as equipas do continente e dos Açores vão sair da Madeira. Terá sido fogo posto.
O incêndio que deflagrou na ilha da Madeira dia 14 está “completamente dominado” e as equipas do continente e dos Açores que ajudaram no combate às chamas vão deixar a região, disse esta segunda-feira o presidente da proteção civil madeirense.
“Não gostaria de usar o extinto ainda, nesta altura, porque o incêndio foi muito grande e pode ter ainda alguns pontos quentes e que possam causar algum reacendimento que será provavelmente debelado com relativa facilidade”, afirmou António Nunes, em declarações à agência Lusa pelas 10:00.
Segundo o responsável da proteção civil madeirense, o incêndio “está completamente dominado”, mas como existem “alguns pontos quentes” poderá repetir-se o que aconteceu no domingo, com um reacendimento que “foi facilmente debelado, até porque estava numa zona onde tudo à volta tinha ardido”. De qualquer forma, acrescentou, a situação “não obriga a cuidados especiais” e já não está “ninguém destacado especialmente para o efeito”.
Ainda de acordo com António Nunes, nesta fase estão no terreno as Equipas de Combate a Incêndios Rurais (ECIR) que, além da sua atividade normal, “vão ter um cuidado adicional com estas áreas que arderam”. Estes são “os meios que já estavam antes do início do incêndio e que vão continuar até o dia 30 de novembro” e que “fazem parte das equipas de combate aos incêndios rurais que estão no terreno de forma normal como todos os anos”, explicou.
Sobre as equipas que se deslocaram do continente e dos Açores para ajudar no combate ao incêndio, o responsável indicou que regressam a partir desta segunda-feira às suas origens.
O contingente do continente irá regressar em voos da Força Aérea programados para o final da tarde desta segunda-feira e para terça-feira, enquanto os elementos dos Açores irão em voo civil, disse.
“Estamos muito gratos à prestação deles, à ajuda que nos deram. Neste momento estão disponíveis para regressar às suas casas”, acrescentou.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.045 hectares de área ardida.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana.
Desde o início do incêndio, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.
O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
// Lusa