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“Incapaz de levar o cargo a sério”. Obama entra na campanha de Biden e ataca Trump

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Patrick Hamilton / G20 Australia

O antigo Presidente dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, acusou esta quarta-feira o sucessor, o republicano Donald Trump, de nunca ter levado o cargo “a sério”, e apelou à mobilização em favor do candidato democrata, Joe Biden.

“Não é um reality show, é a realidade”, vincou Obama, durante um discurso em Filadélfia, citado pela agência France-Presse (AFP), acrescentando que os norte-americanos têm de “viver com as consequências” das decisões de Trump, que foi “incapaz de levar o cargo a sério”.

“Perderam-se milhões de empregos, a nossa orgulhosa reputação mundial está em farrapos“, disse Obama.

“‘Tweetar’ enquanto se vê televisão não resolve os problemas” do país, criticou o ex-chefe de Estado norte-americano.

Obama falou ainda dos negócios de Donald Trump com a China. Em relação à conta secreta do Presidente dos Estados Unidos, o ex-chefe de Estado disse: “Imaginam o que seria se eu tivesse uma conta secreta num banco chinês quando estava a concorrer para a reeleição? Não acham que a Fox News teria ficado preocupada com isso? Iam chamar-me Beijing Berry”.

No seu discurso, Obama aproveitou para elogiar Biden: “Passei a admirar o Joe como um homem que aprendeu desde cedo a tratar todos os que encontra com dignidade e respeito. Nunca chamaria os homens e mulheres, nossos militares, de tolos e perdedores”.

Esta foi a primeira vez que Obama faz uma aparição pública ao vivo na campanha para as presidenciais. O ex-presidente norte-americano discursou no Citizens Bank Park, num modelo “drive-in” em que os apoiantes o ouviram através dos rádios nos automóveis.

Fontes oficiais da campanha de Joe Biden já tinham avançado que o discurso de Obama era principalmente dirigido aos eleitores negros, sobretudo do sexo masculino.

Mel Brooks apoia Biden no primeiro vídeo político

Aos 94 anos, Mel Brooks decidiu entrar na campanha eleitoral dos Estados Unidos com o primeiro vídeo político da sua vida, em que ataca violentamente Donald Trump pela sua passividade perante a pandemia, e apoia o candidato democrata, Joe Biden.

“Nunca tinha feito um vídeo político. Até agora”, escreveu esta quarta-feira na rede social Twitter o filho desta lendária figura do mundo do cinema Max Brooks, ao publicar o clip.

“Olá, amigos. Sou Mel Brooks. Atrás de mim (fora de casa e com uma janela a separá-los) estão o meu filho e o meu neto. E não podem estar comigo aqui. Porquê? Por causa deste coronavirus”, disse.

“E Donald Trump não está a fazer nada sobre isto”, acrescentou. “Já morreu muita gente. Quando estás morto não podes fazer demasiadas coisas”, ironizou, antes de assegurar que vai votar em Joe Biden.

“Porque é que gosto do Joe? Porque o Joe gosta dos factos, gosta da ciência. Joe vai manter-nos a olhar para a frente. Escutem o meu conselho: votem no Joe“, recomendou.

As eleições presidenciais estão agendadas para 3 de novembro. Na corrida estão o atual Presidente e Joe Biden, que a pouco mais de duas semanas do sufrágio está à frente de Trump nas sondagens.

Depois do primeiro debate, que foi considerado caótico e pouco esclarecedor para os eleitores indecisos, e do cancelamento do segundo frente-a-frente por causa de Trump ter contraído a covid-19 – que foi substituído por outro formato -, o terceiro e último debate está agendado para quinta-feira.

Desta vez, até os microfones dos dois candidatos vão estar silenciados, até que seja necessário haver discussão entre ambos.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Os Dems estão mesmo desesperados — interessante como nada dizem sobre toda a informação divulgada pelo NYT (que dizem ser teoria da conspiração, quando existem documentos de suporte) contra Biden.

    Interessante como o Twitter continua a “censura” e com o estatuto do art. 230.

    Obamas e Bidens, duas famílias, muita conversa, disparar para todo o lado e nada feito.

    Cada um que julgue o que cada um fez até ao momento, em vez de entrar no mundo das “emoções.”

    • O que fez cada um? O Obama criou um serviço nacional de saúde. O outro queria destruí-lo para construir um muro para proteger os americanos contra “mexicanos violadores”. É preciso dizer mais?

      Quanto à alegada informação sobre o Biden, em boa verdade são essencialmente rumores (sem documentos efetivos de suporte, ao contrário do que afirma). Até podem ser verdade ou não, quem sabe, mas o facto é que Biden tem sido o mais transparente possível, abrindo todas as suas contas e impostos para escrutínio público. O Trump não só não permite que se saiba nada, como mente com todos os dentes que tem várias vezes por dia (parece não ter noção da realidade), tem contas na China, pressiona presidentes estrangeiros para benefício pessoal, mas tá tudo bem. Se 1/100 disto fosse o Biden a fazer, ai o escândalo.

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