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Regras dos debates mudam. Trump e Biden vão confrontar-se com microfones desligados

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Morry Gash / EPA

A comissão de debates presidenciais (CDP) dos Estados Unidos anunciou esta segunda-feira que os microfones de Donald Trump e Joe Biden estarão desligados quando estes não estiverem a responder a perguntas.

De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, o objetivo de desligar os microfones é limitar as interrupções e evitar “o espetáculo indisciplinado que ocorreu no primeiro encontro entre os candidatos em Cleveland no mês passado”.

O debate desta quinta-feira vai desenrolar-se nos moldes do anterior: 90 minutos de discussão moderados por um jornalista, divididos em segmentos de 15 minutos, durante os quais cada candidato tem dois minutos para responder a uma questão – sem interrupções – antes de prosseguirem para debate aberto.

“Para impor esta regra previamente acordada, o único candidato que terá o microfone ligado durante os períodos de dois minutos, será o candidato que tem o palco”, disse a comissão de debates presidenciais (CDP).

Em comunicado, a CDP disse estar ciente de que a decisão poderia não agradar a ambas as partes. “Um pode pensar que vamos longe de mais, e o outro pode pensar que não vamos longe o suficiente. Estamos confortáveis de que estas ações encontram o equilíbrio certo e que são do interesse dos cidadãos americanos, para quem estes debates são feitos”.

De facto, a equipa de Trump não ficou satisfeita com esta mudança nas regras. Bill Stepien, gestor de campanha de Trump escreveu uma carta à CDP, onde dizia ser “totalmente inaceitável que alguém tenha esse poder” e que “a decisão de prosseguir com esta mudança equivale a entregar ainda mais controle editorial à comissão do debate”.

Stepien criticou ainda a mudança de temas, uma vez que estavam a contar que o debate se centrasse na política estrangeira. Em vez disso, a discussão vai centrar-se na covid-19, famílias americanas, raça na América, alterações climáticas, segurança nacional e liderança.

Um dos porta-vozes de Biden, T. J. Ducklo, disse que Bill Stepien enviou aquela carta “porque Donald Trump tem medo de enfrentar mais perguntas sobre a sua desastrosa resposta à covid-19”.

O debate desta quinta-feira é o ltimo encontro entre os candidatos antes das eleições norte-americanas marcadas para dia 3 de novembro.

Veteranos que atacaram Cuba em 1961 apoiam Trump

O presidente dos exilados cubanos da Brigada 2506, derrotada pelas forças de Fidel Castro em 1961 na Baía dos Porcos, garante que Joe Biden “não leva nem um voto” da população de “Little Havana” em Miami.

“Acreditamos que Joe Biden abraçou a ‘tendência’ que existe dentro do Partido Democrata que quer converter os Estados Unidos num país socialista e, por isso, daqui não leva nenhum voto. Isso é garantido”, disse à Lusa o coronel José Lopez de la Cruz, presidente dos veteranos da Brigada 2506 que recentemente demonstrou “apoio total” a Trump para as eleições de novembro.

“Trump tem um significado muito importante para nós (exilados cubanos) porque na realidade é o único presidente dos Estados Unidos que encarou a questão do socialismo e do comunismo nas ‘Américas’ de forma séria. Ele esteve aqui quando se apresentou à Casa Branca em 2016 e mostrou-nos o plano de trabalho”, disse o veterano da Brigada 2506.

“Gostamos do que nos disse e demos-lhe o nosso apoio nas eleições de 2016. Nestes últimos quatro anos vimos que o presidente Trump tomou muitas iniciativas contra Cuba, contra o regime cubano, venezuelano e nicaraguense“, frisa o veterano do desembarque militar preparado pela CIA contra o regime de Havana em abril de 1961 e que desencadeou a “crise dos mísseis” entre norte-americanos e soviéticos.

O coronel Lopez de la Cruz, após o desembarque falhado em Cuba, foi integrado no Exército dos Estados Unidos tendo mais tarde cumprido duas missões de combate no Vietname, além de postos como oficial norte-americano no Panamá e El Salvador, durante a Guerra Fria.

Para o presidente da associação dos veteranos da Brigada 2506, os cubanos exilados em Miami estiveram “frontalmente” contra as medidas iniciadas pela administração Obama sobre o estreitar de relações com o regime de Cuba tendo rejeitado frontalmente a candidatura de Hillary Clinton nas presidenciais de 2016.

Na semana passada, o candidato republicano disse numa ação de campanha no estado da Florida que Joe Biden é um “socialista” radicalizando de imediato o discurso da comunidade cubana residente em “Little Havana”, Miami, e que tem um peso relevante na votação para as presidenciais de novembro.

Brigada 2506 foi o nome dado pela CIA, serviços de informações dos Estados Unidos, ao grupo de cerca de dois mil exilados cubanos que receberam instrução e apoio militar para uma das mais desastrosas operações militares norte-americanas.

Segundo a Associação dos Veteranos da Brigada 2506 ainda estão vivos cerca de 700 veteranos, muitos dos quais estiveram presos durante mais de 10 anos em Cuba após o desembarque, sobretudo, porque o apoio aéreo dos bombardeiros B-26 foi negado “de repente” pelo presidente John Kennedy no dia 17 de abril de 1961.

Um museu instalado numa casa em “Little Havana” — coração da comunidade cubana em Miami — recorda com objetos, documentos, fotografias e propaganda anticomunista os cubanos que integraram a brigada do desembarque da Baía dos Porcos.

ZAP // Lusa

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