A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, reconheceu esta quarta-feira que houve um “risco de implementação” da medida de resolução aplicada ao BES, situação comum, por exemplo, nos Estados Unidos mas inédita em Portugal.
“Havia aqui uma dimensão de risco de implementação que não podia ser ignorada“, admitiu no parlamento, em audição na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
A governante declarou também que os banqueiros, quando souberam que o cenário de resolução ia avançar, demonstraram preocupação não só com os seus casos e entidades mas “acima de tudo” com o sistema financeiro português.
Na segunda-feira, 4 de agosto, no dia seguinte à comunicação do Banco de Portugal (Bdp) da solução encontrada para o BES, os banqueiros já estavam “mais serenos”, disse Maria Luís Albuquerque.
A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.
A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
/Lusa
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