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Hotéis nos EUA vão ter “botão de pânico” para combater assédio sexual aos funcionários

Depois de vários anos a resistir à ideia, várias cadeias hoteleiras nos EUA anunciaram que vão fornecer “botões de pânico” aos seus funcionários para travar situações de assédio sexual.

Várias cadeias hoteleiras norte-americanas, como a Marriott e a Hilton, anunciaram, na semana passada, que vão dar aos seus funcionários “botões de pânico” para combater o assédio sexual e outros crimes, depois de vários anos a resistir à ideia, conta a Reuters.

Os trabalhadores da indústria hoteleira são alvo frequente de assédio sexual, geralmente quando se encontram sozinhos nos quartos com os hóspedes. Os sindicatos e ativistas aumentaram a pressão para que a ideia fosse posta em prática no último ano, na sequência do movimento #MeToo e do tiroteio em Las Vegas.

Proteger os nossos empregados e os milhões de clientes que ficam hospedados nos nossos hotéis todos os dias tem uma importância primordial para a indústria”, afirma Katherine Lugar, presidente e chefe executiva da Associação Americana de Hotéis e Alojamento, citada pela agência.

Segundo a representante, esta medida representa um investimento de centenas de milhares de dólares e vai afetar dezenas de milhares de funcionários nos próximos anos. Por exemplo, as cadeias Marriott e Hilton já se comprometeram a ter estes dispositivos em todos os seus hotéis nos EUA até 2020.

A ideia é que este “botão de pânico” seja algo semelhante a uma caixinha preta, com um botão vermelho, um sistema GPS e que poderá ainda emitir um som suficientemente audível para alertar o hotel quando este for ativado.

A indústria hoteleira e da restauração contabilizam mais de 14% das queixas de assédio sexual apresentadas na Comissão da Igual Oportunidade de Emprego dos EUA entre 2005 e 2015, representando o valor mais alto de todas as indústrias.

De acordo com a Reuters, os sindicatos já tinham conseguido a adoção destes dispositivos em várias cidades dos EUA, nomeadamente em Washington, Seattle, Chicago, Las Vegas e Miami. Em Nova Iorque, por exemplo, vários hotéis adotaram o dispositivo desde 2012, quando o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, foi acusado de assediar uma funcionária do hotel onde tinha estado hospedado em 2011.

Em 2016, um inquérito a 500 mulheres de Chicago concluiu que 58% das funcionárias de hotelaria e 77% de casinos já foram vítimas de assédio sexual.

ZAP //

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