Homens turcos usam mini-saia em revolta contra brutal homicídio

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Homens turcos vestem mini-saias contra a violência sobre as mulheres

Os homens turcos andam a vestir mini-saias em apoio à luta pelos direitos das mulheres na Turquia e contra a violência perpetrada sobre elas. Uma forma pouco convencional de apoio, num país onde a igualdade de género está longe de acontecer, que surge como revolta contra um brutal homicídio.

Este fim-de-semana, vários homens protestaram nas ruas de Istambul usando mini-saias e, nos últimos dias, têm partilhado fotografias com a vestimenta nas redes sociais. A campanha já está a ser imitada por países vizinhos, nomeadamente o Azerbaijão.

Esta insólita forma de apoiar a condição feminina foi despoletada pelo assassinato de Ozgecan Aslan, uma jovem de 20 anos que foi morta quando resistia a uma tentativa de violação. O caso abriu o debate sobre os direitos das mulheres e da violência cometida contra elas e motivou vários protestos por todo o país.

O homicídio ocorreu a 11 de Fevereiro passado, quando Ozgecan Aslan seguia sozinha num autocarro, juntamente com o motorista que a tentou violar, que a agrediu com um cano de ferro e a esfaqueou, quando ela se defendeu. Depois disso, o homicida cortou as mãos da jovem estudante universitária e queimou o seu corpo.

A revolta em torno da morte de Ozgecan Aslan levou até o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a pronunciar-se sobre o caso e a pedir “a pena mais pesada” para o homicida.

Na Turquia, um país de maioria muçulmana, os direitos da mulher não são uma prioridade política, nem tão pouco social. A mulher tem ainda um papel de inferioridade e o próprio presidente turco disse, em Novembro passado, numa conferência organizada por uma associação de mulheres, que “não se podem levar mulheres e homens para uma posição de igualdade; isso é contra a natureza”.

Vários ministros do governo turco fizeram também referências polémicas sobre os papéis de homens e mulheres na sociedade, como foi o caso do Ministro da Saúde, Mehmet Muezzinoglu.

“As mães não devem priorizar qualquer carreira além da maternidade. Elas devem focar-se em criar boas gerações”, disse o governante.

SV, ZAP

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