Cartel dos helicópteros. Financiador do Chega arguido, empresa de irmão de Leitão Amaro visada

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Estela Silva / Lusa

A operação Torre de Controlo visa empresas de helicópteros de combate a incêndios que terão feito um cartel para lesar o Estado em 100 milhões de euros. Foram constituídos 12 arguidos.

O esquema foi conhecido esta quinta-feira, com as buscas da PJ em várias empresas de helicópteros e na Força Aérea. A operação, apelidada “Torre de Controlo”, baseia-se em suspeitas de que as empresas que fornecem helicópteros para o combate aos incêndios concertavam boicotes e propostas aos concursos públicos de forma a poderem exigir valores mais altos e lesar o Estado.

As investigações da PJ e da Autoridade da Concorrência focam-se mais de 30 contratos públicos realizados desde 2022 e que envolvem cerca de 100 milhões de euros. Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, estas empresas terão também tido acesso privilegiado a informações dos decisores públicos para a compra de seis helicópteros bombardeiros médios, comprados a uma empresa americana em agosto de 2022. Foram constituídos 12 arguidos: sete pessoas singulares e cinco coletivas.

Os negócios em causa incluem contratos com a Força Aérea Portuguesa, responsável desde 2018 pela gestão dos meios aéreos de combate a incêndios rurais. Entre as empresas investigadas estão a Helibravo, a Sodarca, a Heliportugal, a HTA Helicópteros (envolvida num acidente mortal no Douro no ano passado) e a filial portuguesa da italiana Elitellina.

Estão em causa crimes de crimes corrupção ativa e passiva, burla qualificada, abuso de poder, tráfico de influência, associação criminosa e de fraude fiscal qualificada. Embora a concertação de preços não constitua crime em Portugal, pode resultar em pesadas coimas e exclusão de futuros concursos públicos.

Financiador do Chega é arguido

De acordo com o Público, um dos 12 arguidos na investigação é João Maria Bravo, empresário ligado às empresas Helibravo e Sodarca que é também um financiador do Chega e organizou um almoço de apoio a André Ventura em 2020.

“Desde 1974 que o país se afunda. O André é o único que coloca o dedo na ferida e fala do que queremos ouvir. Faz propostas honestas, pretende pôr o país na ordem, combater a impunidade e fazer a economia florescer”, afirmou João Maria Bravo no almoço, citado pela Visão.

Questionado esta quinta-feira sobre estas ligações, Ventura ressalvou a transparência do financiamento ao partido e afirmou que a corrupção deve ser combatida “doa a quem doer”. “Seja de que partido for. Seja militante, apoiante, amigo, familiar de quem for. E esta é a nova atitude da oposição”, declarou.

Cunhado e irmão de Leitão Amaro lucraram 16 milhões

A teia de ligações políticas neste caso não se limita a João Maria Bravo. Outra das empresas visadas é a Gesticopter, uma empresa criada em 2023 com um capital social de apenas 5000 euros e que tem ligações ao irmão e ao cunhado de António Leitão Amaro, o ministro da Presidência, segundo avança a SIC Notícias.

Ainda este mês, a Gesticopter obteve um contrato de 16,4 milhões de euros com a Força Aérea, sem ter tido concorrentes no concurso. Em resposta ao caso, Leitão Amaro confirmou ter conhecido das investigações e pediu escusa em Conselho de Ministros quando fossem discutidas pastas relacionadas.

Empresa ganhou 40 milhões num único dia

Num só dia de abril, a Helibravo ganhou três concursos públicos que totalizam cerca de 40 milhões de euros.

De acordo com o JN, os três contratos foram celebrados a 7 de abril, com dois deles no valor de 13,2 milhões de euros e um terceiro de 12,8 milhões. A Helibravo pertence à família Bravo, que também detém a Sodarca, outra das empresas que integraria o cartel. Cerca de um mês depois, a Helibravo voltou a ganhar outro contrato público de 7,7 milhões de euros.

O JN refere ainda que um antigo militar das Forças Armadas conhecedor dos procedimentos dos concursos na área dos helicópteros é suspeito de agir como um consultor do “cartel” e ser um intermediário entre as empresas e as instituições.

Adriana Peixoto, ZAP //

10 Comments

  1. São estes patos bravos que por um lado dizem que o Ventura é que vai ter mão nisto e depois por traz são trafulhas e só estão a comprar impunidade. O Chega é um cesto de fruta podre. O Ventura não tem principios, devia ter vergonha de dizer que é cristão, usa a desgraça dos pobres para ganhar votos para criar mais pobres!

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  2. O dr. João Bravo é financiador do Partido Chega, quem financia um partido político, quem tem e dá o dinheiro é quem manda, Portugueses vocês acham que o Partido Chega se fosse governo e este caso surgisse nesse momento iria fazer com que a Justiça funcionasse e o arguido condenado?
    A seguir e claramente entalado o Partido Chega referindo-se à Justiça usa a frase do costume muitas vezes proferida pelo antro político Português, a famosa frase «…doa a quem doer…» que é sinónimo de que nada acontecerá ou se acontecer será para alguns ou muito suave, e acrescenta «…Seja de que partido for. Seja militante, apoiante, amigo, familiar de quem for. E esta é a nova atitude da oposição…», isto é tudo muito bonito mas não se trata de uma pessoa que deu ou financiou 20 ou 500 euros a outra como acontece no dia-a-dia, por tanto, alguém acredita que um partido político recebe grandes quantias em dinheiro e depois vai meter na cadeia a pessoa que lhe prestou esse financiamento?
    Os Portugueses ingénuos ou mais distraídos que ainda acreditam e votam no Partido Chega têm de perceber que estão a ser enganados.

  3. Começou…chega lider da oposição, vai começar a provar do seu ven…, comecemos a apontar os podres deste partido, para nas autárquicas sabermos de quem se trata…. não foi nada inocente a malta não saber das listas que compunham o chega…não queriam ser escrutinados…não é?

    • Está com medo Sr vitor, compre um gato, muitos gelados, e rennie!
      – O Sr Bravo se for culpado, será condenado e punido, para isso serve a justiça…que o diga o SOCRATES!
      – Veneno e autárcicas, tem muito a ver com este assunto, tal como comer gelados com a testa!
      – Podem tentar ligar o bater de assas de uma borboleta, com a queda do PS1 para 22,8%…estou a refletir sobre issso!!!
      Adoro a inteligência dos nossos jovens!!!

  4. Esta é só mais uma para denegrir o Chega, Ainda o chega não existia e o Andre Ventura devia andar de fraldas e já os carteis de helicópteros existiam, Não existiam era quando eu era miúdo e o Alentejo era o celeiro de Portugal. Havia muitos campos de trigo e medas onde lhe metiam uma debulhadora movida por máquina a vapor e não havia um incêndio. Os almoços dos trabalhadores eram feitos próximos dessas medas de trigo e a única coisa que fazia era uns regos com charrua à volta para o lume não chegar ao trigo. Incêndios? Isso são conquistas do 25 de Abril. Quando aparecem vários incêndios ao mesmo tempo, lá bem no interior das florestas, onde os bombeiros não podem ir, Depois dizem que a culpa é dos proprietários que não limpam os pastos junto das casas.

  5. E assim é desde a Instauração da Democracia , en vez de termos representantes na A.R , Idóneos sem qualquer màcula e Isentos de Interesses Pessoais , a classe Politica no seu geral não oferece nenhuma confiança en termos de boa gestão a bem dos Contribuintes . São já casos e casinhos demais , que vem a Publico sem sofrerem quais quer sanção en termos de Justiça ! … Estes Srs. não Governam , Governan-se !

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