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Hayat Boumeddiene, a mulher mais procurada de França

DR Polícia de Paris

Hayat Boumeddiene, a companheira do terrorista Amedy Coulibaly

Hayat Boumeddiene, a companheira do terrorista Amedy Coulibaly

Munida de uma besta e totalmente tapada com uma “burka”. Eis como aparece Hayat Boumeddiene, a companheira de um dos terroristas abatidos no âmbito dos atentados em Paris, em fotos divulgadas pelo jornal francês Le Monde. Ela continua em fuga e é, presentemente, a mulher mais procurada de França.

A companheira de Amedy Coulibaly, o homem que foi abatido pela polícia francesa aquando do assalto a um supermercado judaico, na Porta de Vincennes, nas imediações de Paris, tem um mandado de captura em seu nome desde quinta-feira.

Nesse dia, Amedy Coulibaly atacou dois polícias municipais, matando uma agente, num atentado que se veio a saber estar relacionado com aquele que foi perpetrado pelos irmãos Chérif e Said Kouachi contra o jornal Charlie Hebdo, nesta quarta-feira, 7 de Janeiro.

As autoridades acreditam que Hayat Boumeddiene esteve envolvida no ataque aos polícias e que pode também ter contribuído para o sequestro que se seguiu ao espaço judaico.

No alerta policial difundido, sublinhava-se que Hayat Boumeddiene pode estar “armada” e que é “perigosa”. E as fotos publicadas pelo jornal Le Monde confirmam isso mesmo.

A mulher de 26 anos aparece completamente tapada com uma “burka”, apenas com os olhos à mostra, fazendo pontaria com uma besta em punho.

Le Monde / Twitter

Le Monde revela fotos de Hayat Boumeddiene

Le Monde revela fotos de Hayat Boumeddiene

Estas imagens difundidas pelo jornal francês, que mostram ainda Amedy Coulibaly de arma em punho na floresta, terão sido tiradas em 2010, aquando de uma visita do casal à casa de Djamel Beghal, um homem condenado por terrorismo e conhecido por pertencer à Al Qaeda.

A par desta ligação, o perigoso casal também manteria contacto com um dos irmãos Kouachi, Chérif, desde essa altura.

Hayat Boumeddiene terá trocado “mais de 500” telefonemas com a esposa de Chérif Kouachi, Izzana Hamyd, que está sob prisão preventiva, ao longo de 2014, segundo revelou uma fonte policial citada por diversos jornais franceses. Isto atesta os laços persistentes e fortes entre os dois casais.

A jovem, que continua em fuga, foi questionada pelas autoridades, em 2010, no âmbito de um processo onde Amedy Coulibaly foi condenado por terrorismo. Nessa altura ela terá dito à polícia ter sido inspirada pelo companheiro para “ler livros sobre religião”, alegando que isso a levou a “levantar questões sobre religião”.

“Quando vi o massacre dos inocentes na Palestina, no Iraque, na Chetchénia, no Afeganistão ou onde quer que os americanos mandam as suas bombas, tudo isso… bem, quem são os terroristas?” É uma citação que o Le Monde lhe atribui no âmbito do inquérito policial onde foi ouvida como testemunha.

O Le Parisien revela, entretanto, detalhes sobre a vida desta mulher. Oriunda de uma família de sete irmãos, ficou órfã de mãe em 1994 e o pai, um entregador de mercadorias, tinha dificuldades para criar tantos filhos. Os mais velhos terão saído de casa, nessa altura, e os mais novos acabaram em centros sociais de apoio a crianças, como foi o caso de Hayat Boumeddiene.

Depois de uma adolescência conflituosa, Amedy Coulibaly entrou na sua vida e, em 2009, transformou-se numa devota esposa muçulmana, fazendo um casamento religioso que, contudo, não foi reconhecido à luz da Lei francesa. Eles viviam juntos desde então num modesto apartamento em Hauts-de-Seine, numa zona desfavorecida no sul de Paris.

Hayat Boumeddiene terá começado, por essa altura, a usar o véu integral, facto que a levou a perder o emprego como caixa numa loja. Não terá voltado a trabalhar, dedicando-se ao papel de esposa dedicada, e estaria disposta a aceitar que Amedy Coulibaly tomasse uma segunda mulher, como seria sua intenção.

SV, ZAP

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