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Há um grande sismo à espera de Lisboa (só não tem data marcada)

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O sismo de 4.9 que esta segunda-feira foi sentido em várias zonas do país, foi o maior dos últimos 20 anos com epicentro em terra. Mas, embora não seja possível prever a data, mais sismos vão acontecer a região sul, garantem os especialistas, e Portugal não está preparado para um abalo idêntico ao de 1755.

Em declarações ao Expresso, Fernando Carrilho, chefe da divisão de sismologia geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, explicou que o sismo desta segunda-feira se deveu a um movimento súbito de uma falha geológica a certa profundidade, “uma falha pré-existente na zona de Arraiolos com uma orientação aproximada oeste-este”.

À medida que o tempo foi passando, a falha acumulou tensão. Naquele momento, explica, “deixou de ser possível acumular mais e libertou-se”, havendo um movimento entre os blocos que a constituem, produzindo-se assim o abalo sísmico.

O geólogo adianta que não é possível garantir que a energia acumulada se libertou toda, e assegura não ser possível prever sismos. “Sabemos os sítios, sabemos que no futuro Lisboa e o sul de Portugal vão ser afetados por grandes sismos, não podemos dizer é quando.”

O especialista ressalva que as condições geológicas são as mesmas que havia há milhares de anos atrás, que geravam vários episódios, e que vão certamente gerar mais. Quanto às áreas mais propícias, Fernando Carrilho diz que Lisboa, Vale do Tejo e Algarve são “as zonas mais perigosas”.

Mas, embora o sismo desta segunda-feira tenha sido um dos maiores com epicentro em terra nos últimos anos, estudos realizados em Portugal comprovam que um sismo idêntico ao do ano de 1755, em Lisboa, poderia provocar uma onda com sete metros de altura, que poderia destruir toda a zona do centro histórico de Lisboa.

Os especialistas frisam que a questão não é saber se vai acontecer um sismo em Lisboa, mas quando. Atrás de Istambul, a capital portuguesa surge em segundo lugar na lista de cidades europeias com maior risco sísmico.

Quando acontecer, será muito forte

O engenheiro sísmico Mário Lopes, do IST, não tem mesmo dúvidas de que, quando acontecer, “o sismo será muito forte“. Há 250 anos que Lisboa não tem um terramoto e, lembrou há um ano o especialista, a cidade está “sentada em cima de epicentros. “Se houver uma repetição do sismo de 1755, um terço de Lisboa fica em escombros”.

O vice-presidente do Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção do Instituto Superior Técnico realça que um sismo desta natureza não se consegue enfrentar a nível técnico, “mas sim a nível político“.

Mário Lopes sublinha que é fundamental que o Estado dê o exemplo para evitar os danos que poderão ser causados por um abalo. “Melhoram-se as condições de habitabilidade e o aspeto dos prédios e pronto”, lamenta. “É preciso tem em conta que 60% dos edifícios em Lisboa não foram feitos para resistir a sismos“.

Estamos em cima de um barril de pólvora com o rastilho a arder e não sabemos quando vai rebentar”, alerta Mário Lopes.

ZAP //

13 Comments

  1. Pois, mas quando acontecer, depois da destruição e das mortes, virá o sr. costa, tal como veio depois das várias inundações em lisboa, depois do roubo do armamento em tancos, depois dos incêndios deste verão, a dizer que perante uma situação deste tipo não se pode evitar a destruição e as mortes. Se calhar não pode, mas que se pode minorar, isso pode. Infelizmente sabemos que a preocupação deste governo da treta se limita a repor regalias à função pública e reformados, ao preço a que for necessário, e que o resto só diz respeito ao governo se forem notícias boas…

  2. Espero que o Estado tenha aprendido com o que aconteceu recentemente em que não estiveram preparados para a tragédia dos incêndios, onde tudo falhou, onde não houve coordenação das várias entidades envolvidas nem proteção cívil, nem GNR, nada, nem os bombeiros que coitados pareciam baratas tontas, a acontecer um sismo desta natureza a tragédia seria muito pior e não acho que tenhamos meios suficientes nem pessoas preparadas para tal, claro que isto é uma situação imprevisivel, mas pode-se precaver para que não seja pior e isso não é no dia que acontecer tem que ser antes, porque vai acontecer e ninguém nos diz que não será já amanhã

  3. Creio que perante esse cenário de catastrofe era necessário fazer simulacros e destacar varias equipas da sociedade civil e proteção civil e bombeiros para estarem preparados para entrar no terreno porque ninguém vai estar preparado e vai acontecer o pânico geral.Por isso acho que deveriam já pensar nisso desde a CMl e fazer o mapeamento das zonas de risco e locais de abrigo para os feridos. Saber que vai acontecer sem haver equipas setoriais em cada zona ou bairro de Lisboa e arredores.

  4. Não vale de nada meterem medo às pessoas com este tipo de notícias.
    Deviam era tomar ATITUDES para minimizar os efeitos de tal acontecimento e não estarem preocupados com o “quando vai acontecer”.

  5. Eu já vejo essa notícia vai para 6/7 anos…
    De facto somos mesmo o país do fado..
    Drama de faca e alguidar….
    Otimismo,quanto baste…irra !!

      • As minhas energias são canalizadas para coisas mais importantes..
        Idosos,e pessoas desprovidas de apoio ..
        Quanto ao seu comentário …nem resposta merece..
        Saia da sua zona de conforto e faça algo de útil,passar bem…
        E ainda outra coisa…respeito é bonito e o povo gosta..
        trate por tu,quem conhece ou da sua laia…

      • Ui!…
        Essas energias devem estar canalizadas mesmo para coisas muito “importantes”, mas, mesmo assim, veio tecer comentários “esquisitos” sobre uma situação que conhece apenas à 6/7 anos – quando a esmagadora maioria da população já sabe disso há décadas!!
        Tratar por “tu” para si é uma falta de respeito?!
        Então para a próxima não fale pelo país- fale apenas por si!!

  6. Por exemplo ali para os lados do Estoril já se viu que estão preparados e também que há muito bons Engenheiros por aquelas bandas…

    • Estou em crer que se a Catarina Martins tivesse algum dia dito que as placas tectónicas estavam fora do sítio, o Governo já lá tinha lá mexer nelas.

  7. Os grandes sismos em Lisboa ocorrem, mais ou menos, com uma certa periodicidade – cerca de 250 anos de intervalo. Houve muito forte em 1500 o muito famoso e intenso de 1755 e a serem certas estes intervalos, está na altura de ocorrer outro; é inevitável. O que é evitável é o desleixo como as coisas são feitas e tratadas em Portugal e seria totalmente injusto culpar um ou outro governo… não, o desleixo é geral e inclui a própria sociedade civil… há que cambiar atitudes e assumir responsabilidades coletivas…

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