A capital portuguesa fica em segundo lugar, atrás de Istambul, na lista de cidades europeias com maior risco sísmico. Esta sexta-feira, a ANPC realiza um simulacro para assinalar o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes.
Em declarações ao Diário de Notícias, o engenheiro sísmico Mário Lopes não tem dúvidas. Há 250 anos que Lisboa não tem um terramoto mas quando acontecer “será muito forte”.
O professor no Departamento de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico diz ao jornal que a capital só fica atrás de Istambul, na Turquia, como a segunda cidade europeia com maior risco sísmico.
A cidade turca “tem 12 milhões de habitantes e uma construção má” mas, em Portugal, o risco também se agrava pela “falta de prevenção e de fiscalização da construção e da reabilitação de edifícios que não inclui o reforço sísmico das casas, que está previsto num regulamento de 1958″, explica ao jornal.
Também Alfredo Campos Costa, chefe do Núcleo de Engenharia Sísmica e Dinâmica de Estruturas do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), partilha da mesma opinião.
“Temos um parque de edifícios velhos e desocupados em Lisboa e Setúbal e algumas dessas casas estão a ser reabilitadas. Ou seja, estão a colocar pessoas a viver nessas casas o que é aumentar o risco”, considera.
Ainda para mais, lembra Mário Lopes, Lisboa “está sentada em cima de epicentros”: a região do do Vale do Tejo, Vila Franca de Xira até Santarém “é uma zona de falhas que estão no próprio leito do Tejo e são as piores que existem no continente português”.
Na Turquia, um sismo forte poderia causar 100 mil mortes e em Portugal as previsões apontam para umas trágicas 20 mil ou 30 mil mortes, aponta o perito. Por sua vez, o chefe do LNEC fala do “impacto económico brutal que teria”, cerca de 30 a 40 % do PIB.
Esta sexta-feira, para recordar à população sobre como reagir em caso de sismo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) realiza, às 10h13, o exercício nacional “A Terra Treme” para assinalar o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes.
O exercício, que envolve as autarquias de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro e várias escolas, vai acontecer durante um minuto, no qual as pessoas inscritas vão executar os três gestos que salvam vidas: Baixar, Proteger e Aguardar.
Existe um regulamento de 1958, e o que foi feito? NADA!!! Deixa andar…