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O primeiro-ministro da Tuísia Youssef Chahed
Noventa e oito pessoas apresentaram dossiês de candidatura às eleições presidenciais da Tunísia, marcadas após a morte de Béji Caïd Essebsi, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente após a deposição do ditador Ben Ali.
O prazo para entregar o dossiê de candidatura na entidade que organiza as eleições (Isie) de 15 de setembro terminou às 18:00 locais (a mesma hora em Lisboa), tendo sido registada a entrada de 98 candidaturas.
O Isie revela a 31 de agosto a lista definitiva dos candidatos aprovados, depois de verificar se os dossiês estão completos, sendo mais do que provável que a lista final venha encolher. A campanha eleitoral decorrerá entre 2 e 13 de setembro, com o escrutínio a ser realizado dois dias depois.
Entre a quase centena de candidatos à presidência de um dos países pioneiros da chamada “Primavera Árabe” destacam-se o primeiro-ministro Youssef Chahed e o presidente interino do parlamento, Abdelfattah Mourou.
Destaque ainda para a candidatura do advogado Mounir Baatour, que se assume homossexual e defensor dos direitos da comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT), a primeira no mundo árabe de um candidato com esta orientação sexual do conhecimento público.
Youssef Chahed, um engenheiro agrónomo, de 43 anos, já avisou que não pretende demitir-se da liderança do Governo. “Os que pretendem a minha demissão pretendem o adiamento das eleições e a minha demissão quer dizer a demissão do governo”, disse, no momento da entrega da candidatura.
Pelo seu lado, Mourou, 71 anos, estava acompanhado de Rached Ghannouchi, chefe do Ennahda (Renascimento) e por outros responsáveis deste partido islamita conservador, a maior força política no parlamento de Tunes.
Mourou substitui provisoriamente o presidente do parlamento Mohamed Ennaceur, que se tornou chefe de Estado interino da Tunísia na sequência da morte em 25 de julho do ex-Presidente Béji Caid Essebsi. Também o ministro da Defesa, Abdelkrim Zbidi, 69 anos, entregou um dossiê de candidatura, tendo anunciado a intenção de deixar o Governo.
O empresário e magnata dos ‘media’ Nabil Karoui, recentemente indiciado por branqueamento de dinheiro, é também candidato às presidenciais.
// Lusa