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Autoridades gregas apontam indícios sérios de mão criminosa

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Simela Pantzartzi / EPA

As autoridades gregas anunciaram esta sexta-feira que existem “indícios sérios” de atos criminosos nos incêndios que ocorreram na zona de Mati, a 30 quilómetros de Atenas, e que causaram a morte de pelo menos 83 pessoas.

O ministro da Ordem Pública da Grécia, Nikos Toskas, afirmou que a análise das imagens de satélite e as investigações no terreno sugerem que as chamas começaram na segunda-feira em vários locais e num curto espaço de tempo, provavelmente devido a atos criminosos.

“Existem sérios indícios de mão criminosa, mas as investigações ainda estão a decorrer”, disse Nikos Toskas em conferência de imprensa, acrescentando que foi encontrado um objeto suspeito em Mati, local onde ocorreram a maioria das mortes.

Nikos Toskas salientou que os ventos fortes que se fizeram sentir provocaram uma “situação extraordinária”, levando a que as chamas se propagassem de uma forma rápida em pouco tempo.

Os fogos de segunda-feira em Mati, um bairro associado à vila de Rafina, e nas proximidades causaram pelo menos 83 mortos e quase duas centenas de feridos, dos quais 70 continuam hospitalizados, alguns em estado crítico.

As autoridades continuam a efetuar buscas nos locais afetados e também no mar, para procurar por mais possíveis vítimas. Ainda não há dados oficiais sobre o número de desaparecidos, mas os bombeiros têm relatado receber dezenas de chamadas de pessoas à procura de familiares.

Criado site para procurar desaparecidos

Quatro dias após os incêndios que assolaram a Grécia, ainda existem dezenas de pessoas desaparecidas. Para ajudar na procura destas pessoas, foi criada uma plataforma online.

Qualquer pessoa pode contribuir para a plataforma: basta publicar uma fotografia com o nome do familiar ou amigo desaparecido, preenchendo os dados num formulário para garantir a comprovação da publicação, segundo o Jornal de Notícias.

A plataforma já conta com várias publicações de Mati, Rafina e Kikkono Limanaki – as regiões gregas com maior número de vítimas.

Theofanis Kassimis, um dos autores da plataforma, disse que o Serviço de Bombeiros grego e a Proteção Civil têm conhecimento do site.

Cenário de “pós-guerra”

Os incêndios, considerados como a maior tragédia como fogos na última década, devastaram a região. A Cruz Vermelha, que opera há dias no local, descreve uma paisagem desoladora com um cenário de “pós-guerra”.

“A paisagem é desoladora. Era uma área densa, cheia de árvores e pessoas, mas agora está tudo devastado. As casas estão queimadas, as árvores estão queimadas. Parece um cenário de pós-guerra”, conta Lina Tsitsou, chefe de equipa para resposta nacional a desastres da Cruz Vermelha grega, em declarações à BBC.

“Há o elemento humana. Ouvi pessoas a dizer que só lhes restam os sapatos e as roupas do corpo e que estão de luto pelos seus vizinhos”, afirma Tsitsou.

“Dizem que perderam tudo. Todas as economias e o trabalho de uma vida, investidos numa casa. Para os gregos, ter uma casa é muito importante. E esse investimento está agora acabado. O drama vem de muita, muita gente. As pessoas estão traumatizadas”.

O executivo grego anunciou um conjunto de medidas para prestar apoio às vítimas, entre as quais, alívio fiscal, atribuição de 5 mil euros a famílias e pessoas afetados pelos incêndios. Um montante de 6 mil euros para famílias com três ou mais crianças.

Além disso, os negócios que tenham sofrido danos poderão receber 8 mil euros. Foi ainda anunciado um fundo de emergência de 40 milhões de euros, aberto a doações, para ajudar as regiões afetadas.

Depois das chamas, uma forte tempestade

Poucas horas após as chama, uma forte tempestade atingiu nesta quinta-feira a zona norte dos subúrbios do país. As cidades de Maroussi e Chalandri foram as mais afetadas, onde várias estradas ficaram inundadas e carros foram arrastados face à precipitação intensa que caiu num curto espaço de tempo.

Os médias locais relatam que os bombeiros receberam cerca de 150 chamadas com pedidos de ajuda, devido a danos em carros e inundações em casas. Algumas estradas foram encerradas ao trânsito , aponta o Expresso.

De acordo com Greek Reporter, as principais estradas de Kifisia e Nea Erythrea ficaram intransitáveis, enquanto na cidade de Marousi carros que se encontravam em parques de estacionamento ficaram submersos. Vários vídeos e imagens divulgados nas redes sociais mostram as consequências da tempestade.

ZAP // Lusa / BBC

5 Comments

  1. Na minha modesta opinião de quem pouco conhecimento ou nenhum tem no terreno, sobre esta tragédia. Eu considero sempre que existe uma grande probabilidade de uma combinação de fogo posto com condições climatéricas. As temperaturas são propícias à propagação, mas quando existem vários focos de incêndio a começar em lugares bastante distantes (que não possam ter sido levados pelo vento) quase ao mesmo tempo, é óbvio que mão criminosa quis tirar partida das ditas condições climatéricas, juntando o inútil ao desagradável.

  2. E que tal por uma vez reparar-se no estao dos carros, nomeadamente o desaparecimento completo de tudo (pneus, etc) menos a chapa? Que temperatura é preciso gerar para obter tal efeito? Mais de 1000 graus? E qual é a suposta temperatura de um incêndio florestal, duro e puro? Centenas? De onde vem a diferença? Se calhar há coisas de que não se pode falar. Olhem para o ar nesta e na semana que vem e façam o jogo das diferenças. E os incêndios vêm aí.

  3. Pelos vistos lá como por cá e penso mesmo que talvez por quase todo o planeta as autoridades e políticos perdem um imenso tempo em fazerem cálculos de onde vem a origem dos incêndios, se perdessem todo esse tempo em procurar caçar os incendiários em instalar meios de vigilância e a aplicar condenações exemplares aos criminosos certamente os inocentes e que são aos milhares estariam mais protegidos e com direito à vida como qualquer cidadão.

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