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Há 10 interessados na Efacec. Propostas vinculativas vão em breve a Conselho de Ministros

Rodrigo Antunes / Lusa

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira

A escolha das propostas vinculativas para a reprivatização da Efacec, deverá acontecer “num dos próximos” Conselhos de Ministros, disse esta terça-feira o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

Pedro Siza Vieira confirmou, esta terça-feira, que foram apresentadas 10 propostas para a reprivatização da Efacec e garantiu que todo o processa ficará “garantidamente concluído até ao final do ano”, avança o Expresso.

Numa visita à sede da empresa, em Matosinhos, o ministro disse que o Conselho de Ministros vai, agora, decidir em cima da proposta da Parpública, numa das próximas reuniões, quem segue para a segunda fase e vai apresentar propostas vinculativas para comprar a maioria do capital, já “esta ou na próxima semana”.

Siza Vieira fez um balanço positivo da visita à Efacec, afirmando que “permite consolidar o projeto de futuro de uma empresa com um peso grande nas exportações de tecnologia industrial”. No processo de reprivatização, salientou, “a melhoria da situação da empresa torna mais credível a proposta dos interessados”.

A empresa está em boas mãos“, garantiu o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.

Não foram avançados dados sobre os resultados positivos dos dois últimos trimestres, mas Ângelo Ramalho, presidente da comissão executiva da Efacec, garantiu que a empresa está com um nível de atividade 40% acima do ano passado, exporta 75% do que faz e, olhando aos últimos seis meses, “está a avançar no caminho da sustentabilidade”.

Sobre os valores em cima da mesa para a reprivatização, também não foram dados detalhes. “As empresas deram valores distintos nas suas propostas. Agora vão ser afinados em função da análise mais detalhada que vão fazer da situação da Efacec e da atividade positiva que esta tem tido”, disse Siza Vieira.

Já quanto à indemnização a pagar a Isabel dos Santos, o ministro referiu que “os valores para que se apontam não são muito significativos”.

“Não vão fazer muita diferença no futuro da empresa”, garantiu.

No dia 26 de junho do ano passado, ainda antes de ser nacionalizada, a Efacec anunciou ter recebido “cerca de uma dezena” de propostas não vinculativas de grupos industriais e fundos de investimento, nacionais e internacionais, para aquisição do capital de Isabel dos Santos na empresa.

Na semana seguinte, no dia 2 de julho, o Conselho de Ministros aprovou o decreto de lei para nacionalizar “71,73% do capital social da Efacec”, uma empresa nacional que “constitui uma referência internacional em sectores vitais para a economia portuguesa”.

O conselho de administração da empresa considerou que a nacionalização de 71,73% da empresa é “um claro reconhecimento” do “valor económico e estratégico” do grupo, permitindo “viabilizar a sua continuidade” e manter o seu “valor financeiro e operacional”.

Este processo decorre da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, do capital da Efacec, na sequência do envolvimento do nome da gestora no caso Luanda Leaks, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária e do marido que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

A Efacec é uma empresa portuguesa que opera nos setores da energia, engenharia e mobilidade.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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