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“O Grito” terá sido inspirado por um raro fenómeno atmosférico

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WebMuseum at ibiblio / Wikimedia

"O Grito" (1893), de Edvard Munch

“O Grito” (1893), de Edvard Munch

O céu de cores intensas que podemos contemplar no famoso quadro de Edvard Munch não será apenas um símbolo da angústia que atormenta o protagonista da obra criada, em 1893, pelo pintor norueguês. De acordo com uma nova pesquisa, será também a reprodução de um raro fenómeno atmosférico.

Segundo uma nova teoria de uma equipa de investigadores noruegueses, as linhas amarelas, laranjas e vermelhas no quadro “O Grito” são provavelmente a reprodução de um tipo raro de nuvem que aparece ocasionalmente no norte da Europa, escreve a BBC.

As nuvens estratosféricas polares teriam gerado um grande impacto em quem as tivesse visto pela primeira vez, o que poderá ter acontecido Edvard Munch, garantem os cientistas.

“Hoje em dia, o público tem à disposição muito mais informações científicas do que naquela época, e Munch de certeza que nunca tinha visto estas nuvens”, explica Helene Muri, investigadora da Universidade de Oslo, na Noruega, que apresentou o estudo na última edição do congresso anual do Sindicato de Geociência Europeia, em Viena, na Áustria.

Por exemplo, Muri vive em Oslo há 25 anos e só conseguiu ver este tipo de nuvens uma única vez. “Como artista, não há dúvidas de que poderiam ter deixado Munch impressionado”, explica.

remilongva / Flickr

Nuvens estratosféricas polares

Nuvens estratosféricas polares

Erupção

A imagem do céu no quadro do pintor norueguês tinha sido atribuída anteriormente aos efeitos de uma forte erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, ocorrida nove anos antes de Munch criar a obra.

Foi uma das maiores erupções registadas na história e os gases e as cinzas que emitiu atravessaram o mundo. Combinados com a luz solar, geraram efeitos ópticos incomuns e proporcionaram fins de tarde de uma beleza excecional.

No entanto, os investigadores argumentam que as formas de onda pintadas por Munch assemelham-se muito mais às nuvens estratosféricas polares do tipo 2.

Estas nuvens são produzidas em regiões com altos graus de humidade a altitudes de 15 a 20 quilómetros, quando as temperaturas se encontram entre -80ºC e – 85ºC.

A corrente atmosférica sobre as montanhas também contribui para a formação destas nuvens, porque leva humidade da troposfera para a estratosfera. E essas gotas de humidade transformam-se em cristais minúsculos com o frio.

Estas nuvens são muito finas e são melhor observadas antes do amanhecer ou depois do entardecer, quando o Sol está abaixo do horizonte”, destaca Muri.

“Essas cores únicas são criadas pela combinação da dispersão, a difração e refração da luz solar através dos pequenos cristais de gelo”, realça.

ZAP // BBC

2 Comments

  1. Até para «adaptar/transcrever/copiar-colar “adaptado”» é preciso um “nico” de conhecimento!
    Mas, por aqui, são tão maus que, conseguem (entre outras coisas) “traduzir” português-correcto:”…um raro tipo de nuvem que aparece de tempos a tempos…” para português-de-analfabetos-funcionais; “…um tipo RARO de nuvem que RARAMENTE aparece…”!!!

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