Os sindicatos de motoristas que entregaram um pré-aviso de greve decidiram este sábado manter a paralisação, com início na segunda-feira e por tempo indeterminado, num dia que ficou também marcado por uma reunião de emergência convocada pelo primeiro-ministro.
Na manhã deste sábado, cerca de meia centena de motoristas reuniu-se no Estádio Municipal de Leiria e, no final, o porta-voz do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), Anacleto Rodrigues, anunciou a manutenção da greve, acrescentando que a reunião serviu ainda para preparar os piquetes, “para que tudo decorra sem sobressaltos e não haja conflitos”.
Já da parte da tarde, um plenário conjunto do SIMM e do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), em Aveiras de Cima, confirmou a manutenção da greve com início na segunda-feira. “A greve é para avançar, por tempo indeterminado”, afirmou aos jornalistas o presidente do SIMM, Jorge Cordeiro, após o encontro.
“Nem um passo atrás!”, gritaram em uníssono os motoristas no exterior do edifício onde decorreu o encontro em Aveiras de Cima, segundo o semanário Expresso.
Por sua vez, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) defendeu este sábado, após a decisão do plenário, que a greve dos motoristas é uma “vitória estrondosa” para os representantes sindicais, mas é “uma derrota brutal” para todos os trabalhadores sindicalizados.
“Não creio que isto possa levar a algum lado. Esta postura destina-se a, por um lado, garantir a agenda pessoal dos representantes destes sindicatos e a fazer uma greve aos portugueses”, defendeu o assegurou o porta-voz da Antram, André Matias de Almeida, que falava em declarações à agência Lusa. Para os patrões, esta “greve aos portugueses e ao país” reflete a postura que tem pautado os sindicatos: “conflito, ameaça e chantagem”.
“Não tenho dúvidas de que os ânimos dos motoristas se vão exaltar. Assistimos a cenas de violência em abril. Há uma probabilidade altíssima de ocorrerem cenas de violência. Agressões às autoridades ou a pessoas que queiram furar a greve. Estes sindicatos referem que irão rolar cabeças, o que me leva a crer que poderão haver cenas de violência nesta greve”, disse o mesmo responsável em entrevista ao Expresso.
Situação nos postos “não é dramática”
Também a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) já regiu à confirmação da greve de segunda-feira, garantindo que a situação nos postos de abastecimento “não é dramática e muito menos de alarme”, e notou ainda que o não cancelamento da greve dos motoristas era já uma “possibilidade”.
Tendo-se registado “carência de alguns produtos, nalguns postos, a situação está bastante normalizada”, garantiu à agência Lusa o assessor da Apetro, João Reis, acrescentando: “Não há filas consideráveis nos postos”.
Segundo este responsável, “grande parte” dessas carências já foi reposta durante o dia, por isso “a situação não é dramática e muito menos de alarme”. “É preciso termos em consideração que é uma greve por tempo indeterminado, mas tudo indica que, pelo menos inicialmente, não haverá nenhum problema de maior”, concluiu.
O Governo, pela voz do ministro da Administração Interna garantiu este sábado, que a rede de emergência, com 52 postos de abastecimento exclusivos e 320 não exclusivos, “permitirá responder às funções prioritárias do Estado”.
O ministro Eduardo Cabrita falava no final de uma reunião de emergência de cerca de duas horas com o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, representantes dos ministérios e das forças de segurança “para acertar pormenores” operacionais durante a greve.
O Governo apelou ainda aos portugueses para que tenham “uma gestão criteriosa” das viagens que fazem, que devem ser apenas as “absolutamente necessárias”.
Durante este domingo, António Costa desloca-se no domingo à Entidade Nacional para o Setor Energético e reúne-se com o Gabinete Coordenador de Segurança, visando avaliar os preparativos de resposta à greve, disse este sábado à Lusa fonte do seu gabinete.
A visita de António Costa à ENSE, autoridade que regula as reservas energéticas do Estado, está prevista para as 11:00 e o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, estará presente, adiantou a mesma fonte.
O Governo, recorde-se, já admitiu recorrer à requisição civil caso não sejam cumpridos os serviços mínimos decretados (entre 50% e 100%), como resposta à greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias.
Este sábado de manhã, o primeiro-ministro disse que o Governo não hesitará em exercer as “competências próprias”, adotando outras medidas, caso a greve dos motoristas avance e os serviços mínimos fixados não sejam cumpridos.
ZAP // Lusa
A greve vai começar com despedimentos a seguir.
Podem emigrar que as coisas resolvem-se.
Esta situação é triste e ridicula; porque tenho que ser refem de uma situação que sou alheio?
Se pretendo melhorar a minha situação profissional, tenho de negociar com a entidade patronal ou procurar outro trabalho – o que têm todos os outros portugueses que ver com a minha situação?
No seguimento, o descontentamento fazer ‘parar’ um país? Ridiculo!
Milhares de emigrantes que planearam as suas férias á vários meses com muito sacrifício, alugaram viaturas e se deslocam a Portugal nesta época para visitar os seus familiares e amigos, que só conseguem ver uma vez por ano, ficam sujeitos a uma greve que serve para definir salários daqui por 2 anos, que serve para autopromover um advogado que parece ter contas com a justiça (segundo noticias publicadas) sinceramente não compreendo, tenham vergonha.
Tal como já aqui se disse, se não estão contentes emigrem e venham trabalhar. Salarios mensais de quase 1.500€ é pouco???
Em Portugal parece que andam todos loucos e ricos, espero que não vos traga em breve um novo futuro miserável.
O Governo deveria de rever e liberalizar a Lei dos Contratos de Trabalho, não vejo um patrão despedir um bom funcionário, pelo contrário se ele for bom vai lutar para o manter, muitos outros convites de trabalho irão valoriza-lo (alguém despede um Ronaldo???). Com a presente lei o que se verifica é a acomodação dos funcionários (muitos deles parasitas da sociedade) e estas reivindicações inconcebíveis.
Greve dos motoristas, sigam em frente! Não desistam! Têm toda a razão! As vossas condições de trabalho não são aceitáveis nem dignas nem humanas! Força!