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Marcelo teme “efeito camionistas” nas legislativas. Pode dar maioria absoluta ao PS

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José Coelho / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está preocupado com o efeito que a greve dos camionistas, agendada para a próxima segunda-feira, possa ter nas eleições legislativas de outubro, escreve o jornal Público.

Tal como recorda o diário este sábado, o chefe de Estado, que já mostrou compreensão à luta destes trabalhadores, disse esta semana que a greve não vai ser percebida pela maioria dos portugueses. No entender de Marcelo Rebelo de Sousa, não havendo apoio popular, a forma de luta pode ser contraproducente e dar mais força ao Governo.

“Se isso acontece, se de repente há na sociedade portuguesa um sentimento de que uma parte importante da sociedade está refém dessa luta, deixa de se identificar com essa luta. E ao não fazê-lo, aqueles que prosseguem fins, em muitos aspetos legítimos e justos, passam a ter contra si não o patronato, e na opinião deles o Estado, mas também a generalidade dos portugueses”, afirmou o Presidente, citado pelo jornal Eco.

Marcelo admite que o Executivo liderado por António Costa está a gerir a ameaça de greve dos motoristas de forma a obter o máximo efeito nas legislativas.

Sabe o jornal Público que o Presidente da República admite mesmo que esta imagem “mão de ferro” venha a cativar não só o eleitorado tradicional dos socialistas e do centro político, como também a direita.

Já no fim de maio, recorde-se, Marcelo Rebelo de Sousa disse haver  “uma forte possibilidade de uma crise na direita portuguesa nos próximos anos”, dando conta que o PS fortaleceu a sua posição. “Quem sabe se isso acontecerá de forma ainda mais profunda nas próximas eleições legislativas”, disse, na época, citado pela agência Lusa.

Caso consiga um fatia maior do eleitorado com a situação dos motoristas, o PS ficaria com a vida mais fácil, podendo mesmo vir a conquistar a maioria absoluta.

Ainda de acordo com o mesmo jornal, a forma dura como o Governo está a gerir a situação dos motoristas está a causar desconforto em alguns socialistas, que consideram que se está a pôr em causa o direito à greve. Contudo, a maioria dos socialistas – incluindo a ala esquerda, onde está ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, – estão em pleno acordo com a estratégia definida pelo primeiro-ministro.

Ouvido pelo matutino, o antigo secretário de Estado da Justiça João Correia defende a atuação do Governo, mas admite que se pode “abrir uma caixa de Pandora” que poderá ter consequências no sistema e no “apetite do patronato, o que é altamente perigoso”.

ZAP //

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17 Comments

  1. O PR não tem de se preocupar com eventuais resultados eleitorais ou tendências atuais de sondagens.
    Tem é que os aceitar e, em função dos mesmos, dar posse e coabitar com o governo e com o parlamento saído das legislativas. No âmbito dos preceitos estabelecidos pela Constituição, obviamente. O resto é espuma ou meter o nariz onde não deve.

    • Isso é verdade mas eu concordo com a ideia de que a dita “estabilidade” que as maiorias absolutas conferem, são mais a estabilidade para abusar do poder, do que uma estabilidade que beneficie o país. Cada vez mais as maiorias absolutas são contraproducentes para a cidadania e apenas interessam aos lobbies e à leite partidária.

      • Não. Ele se calhar até quer uma maioria absoluta. Este paleio é só para camuflar. Então ele não anda sempre de braço dado com o governo? Não é ele que lhe estar a dar sempre uma grande ajuda, para a maioria absoluta? Ele é muito, mas chega para me ludibriar.

    • Este presidente é uma nulidade em termos políticos. Às vezes, fazia bem melhor estar calado. O homem tem qualquer problema do foro psiquiátrico e ele sabe disso, por isso procura camuflá-lo com boijocas, abraços e selfies, que por vezes são tão ridículos.

  2. Nunca ira acontecer, uma maioria absoluta. Seria como passar um cheque em branco a qualquer Partido. Uma caixa de Pandora onde caberia tudo o que um Governo quisesse!……. Não tenha medo Sr. Presidente, maioria absoluta….Never !!!!

  3. Não posso acreditar que o Presidente da República disse que está preocupado com a eventualidade de o PS vir a obter a maioria absoluta. Se calhar não foi bem assim.
    Eu sou pela continuidade da geringonça, nesta ou noutra fórmula. Mas sou frontalmente contra a existência de maiorias absolutas. Assim sendo, a melhor forma de garantir ambas as opções é não votar no PS. Óbvio, não é?

  4. Luís Menezes Leitão, advogado e professor de Direito, afirma: greve dos motoristas “chegará
    aos tribunais”. O advogado e professor de Direito afirma que “serviços mínimos que extravasam os 50% já não são serviços mínimos” e questiona se “justifica colocar em causa o direito à greve” dos motoristas.
    “O que a jurisprudência dos tribunais arbitrais do Conselho Económico e Social têm praticado são serviços mínimos na ordem dos 20%, 25%, 30% no máximo. Serviços mínimos que extravasam os 50% já não são serviços mínimos” e “não há precedentes em Portugal de tal fixação pelo Governo”, afirmou o professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa.

  5. Rui Moreira apresenta queixa ao Governo contra uso abusivo da Infraestruturas de Portugal em espaço classificado da Estação de São Bento.
    A Câmara Municipal do Porto vai apresentar ao Ministro das Infraestruturas um protesto formal contra o comportamento abusivo da Infraestruturas de Portugal (IP), ao permitir a exploração de espaços de restauração num espaço junto à Estação de São Bento. A autarquia adverte que a atividade não está licenciada e é gravemente lesiva do património cultural e da tranquilidade dos portuenses.

    • Pois esse ministro (o tal do Porsche e Maserati) é corrupto confirmado. Mal entrou para ministro, pôs logo a firma do pai (e em que ele também é accionista), a fornecer maquinaria para o Estado. Os valores dessas negociatas já foram indicadas na internet.

  6. Quanto a mim se o governo vier a ter essa tal “mão de ferro” para enfrentar a greve acho que faz bem pois acima de tudo tem que estar o interesse nacional e o bem estar da maioria dos portugueses, duvido no entanto que tal venha a acontecer pois quase sempre é mais fogo de vista que outra coisa, veja-se o caso dos incêndios, muito blá blá e poucos resultados positivos. Trocar greves por obrigação das partes em disputa de se sentarem à mesa e negociarem tendo o governo como mediador, penso que seria sempre a medida prioritária e obrigatória a ter em conta.

    • Exactamente. Esta greve tem o governo como o responsável máximo. Em vez de todo o autoritarismo que está adoptar, o governo só tinha que juntar as partes e obrigá-las a cedências mútuas e obterem um acordo. Isso é que era governar. Mas como é incompetente, decidiu ir pela via da força e apoio ao patronato, que é a parte mais forte. Nestes casos quem se lixa, sempre, é o mexilhão.

  7. Eu começava por fiscalizar as empresas de camionagem.
    Os argumentos da greve caíam por terra e o estado ainda arrecada mais receita.

  8. Toda a greve é injusta quando não deixa alternativa , prejudicando o interesse de todos em beneficio de alguns, quando há uma desproporcionalidade entre os valores vigentes dos trabalhos em que todos são importantes no desenvolvimento do bem estar e saúde de quem servem.

  9. Acredito que esta Greve é uma fraude, serve as Gasolineiras e terá impacto nas legislativas a favor do PS que vai ganhar com as legislativas com maioria absoluta.
    Os preços dos combustíveis desceram hoje significativamente, as Gasolineiras ganharam vários milhões, conseguiram vender a preços mais altos os combustíveis que, hoje sem a greve eram vendidos a preços mais baixos.
    O PS consegue colocar a maioria dos Portugueses contra esta greve e a favor do governo.

  10. Quando o sr Eng. Gu-gu, agora GS-UN fugiu do país mesmo com o deputado do queijo comprado, tinha a maioria absoluta. Também o “Socras” teve de fugir, mesmo com maioria absoluta. O que alimenta os governos é dinheiro. Sem diinheiro não há maiorias. Como as “esmolas” da EU já estão cativas até 3030, só nos resta o saldo positivo da Balança Comercial que por acaso está negativo.

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