O Governo da Venezuela vai encerrar parcialmente a fronteira com a Colômbia perante “as ameaças” contra a sua soberania, a poucas horas da esperada entrada de ajuda humanitária internacional através da cidade de Cúcuta.
Numa publicação divulgada na rede social Twitter, na sexta-feira (madrugada deste sábado, em Lisboa), a vice-Presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que o Governo vai “fechar temporariamente” as pontes Simón Bolívar, Santander e Unión.
A medida surge depois do Presidente, Nicolás Maduro, ter encerrado a fronteira com o Brasil, onde, no mesmo dia, confrontos entre o exército e uma comunidade indígena deixaram pelo menos dois mortos.
A entrada de ajuda humanitária, especialmente os bens fornecidos pelos Estados Unidos, no território venezuelano tem sido um dos temas centrais nos últimos dias do braço-de-ferro entre o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e Nicolás Maduro.
O Governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país, afirmação que contradiz os mais recentes dados das Nações Unidas, que estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões. Maduro encara a entrada desta ajuda humanitária como o início de uma intervenção militar por parte dos norte-americanos e tem justificado a escassez com as sanções aplicadas por Washington.
Washington condena uso de força contra civis
A Casa Branca condenou o exército venezuelano pelo “uso da força” contra civis, depois de confrontos no sul da Venezuela, na fronteira com o Brasil. “Os Estados Unidos condenam veementemente o uso da força pelo exército venezuelano contra civis desarmados, voluntários e inocentes na fronteira da Venezuela com o Brasil”, lê-se num comunicado.
“Os Estados Unidos convocam o exército venezuelano a respeitar o seu dever constitucional de proteger os cidadãos da Venezuela. O exército deve permitir que a ajuda humanitária entre pacificamente no país”, sublinhou a Casa Branca.
Na sexta-feira, duas pessoas foram mortas e outras 15 ficaram feridas em confrontos com o exército no sudeste da Venezuela, na fronteira com o Brasil, enquanto tentavam impedir que militares bloqueassem a entrada de ajuda humanitária.
O ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, rejeitou, no mesmo dia, que o Exército esteja ligado aos acontecimentos. “O que aconteceu nada tem a ver com as versões divulgadas (…) É fácil, se há mortos na Venezuela, perto da fronteira, dizer que foi o Exército venezuelano, que foi (Nicolás) Maduro que mandou matar o povo”, disse, em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas (ONU).
ZAP // Lusa
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