O governo, o Bloco de Esquerda e o PCP estão a preparar a entrada nos quadros da Função Pública de trabalhadores precários do Estado, nomeadamente dos chamados “falsos recibos verdes”.
Não são ainda certos os moldes em que isto se vai processar, mas o governo e os seus aliados no Parlamento já terão alcançado um “acordo de princípio” para a integração da medida no Orçamento de Estado para 2017 (OE2017), avança o jornal Expresso.
As “negociações com os socialistas prosseguem para se definir quanto vai custar e quantas pessoas serão já abrangidas”, adianta o semanário, notando que a integração destes trabalhadores precários na Administração Pública será feita gradualmente.
O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, refere ao Expresso que “o acordo de princípio entre todos os parceiros está previsto desde o Orçamento de 2016, onde foi inscrita uma norma que prevê a regularização do trabalho precário na Administração Pública“.
“Estamos a dar seguimento a esse compromisso”, constata Pedro Nuno Santos.
O secretário de Estado também refere que a divulgação do relatório sobre o trabalho precário na Função Pública, que ficou definido fazer no Orçamento de Estado para 2016, está “por dias”.
Esse documento poderá confirmar ou não os números especulativos que apontam para a existência de 110 mil trabalhadores precários no Estado.
Só depois da revelação desse dado e das conclusões do estudo é que o governo decidirá com BE e PCP os moldes da entrada dos precários na Função Pública.
Mas o deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda, esclarece já no Expresso que a ideia é integrar na Administração Pública os trabalhadores que estejam a preencher necessidades permanentes através de recibos verdes, bolsas de investigação ou estágios profissionais.
“Não se trata de contratar mais funcionários públicos, mas sim de integrar trabalhadores que estão a preencher necessidades permanentes, através de instrumentos de contratação que não correspondem ao seu vínculo de serviço”, constata José Soeiro no Expresso.
ZAP
Cá estamos nós…os trabalhadores que descobtam… para pagar tudo….
Para pagar o quê?