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“Governo saudita deu a ordem” para matar Khashoggi

Em entrevista ao El Mundo, a namorada do jornalista saudita Jamal Khashoggi afirma que a ordem que determinou a sua morte foi dada pelo Governo da Arábia Saudita.

Em entrevista ao diário espanhol El Mundo, a namorada de Jamal Khashoggi afirma que a ordem que determinou a morte do jornalista, assassinado a 2 de outubro do ano passado, foi dada pelo Governo da Arábia Saudita. Apesar de se recusar a apontar um nome concreto, afirma que a ordem partiu de cima.

“Quem o matou foi um grupo de pessoas. Não foi só uma. Os culpados são todos aqueles que estiveram implicados no crime. A pessoa que ordenou, as que cometeram o crime e as que ajudaram a levá-lo a cabo”, diz Hatice Cengiz.

Nem perante a insistência do jornalista, a viúva avançou um nome. “Quem deu a ordem foi o governo saudita. Quero evitar culpar uma pessoa em concreto. Não estou em posição de julgar ninguém. Mesmo que pudesse fazê-lo, não o faria porque isso não vai mudar a realidade”, disse a turca de 38 anos.

Ainda assim, a namorada do jornalista diz que todos sabem que detém o poder no país do seu noivo. “Só direi que todos sabem quem controla tudo na Arábia Saudita. É um país onde tudo está debaixo de controlo”, afirmou.

“No Médio Oriente não é fácil ter respostas claras para tudo, mesmo quando temos todos os dados na mão. Sou sincera e otimista. É preciso esperar pelo final da investigação. Creio que o tempo trará justiça”, rematou.

Hatice Cengiz estava com Jamal Khashoggi no dia em que o jornalista foi visto pela última vez a entrar no consulado saudita em Istambul, na Turquia. Khashoggi ia tratar de alguns documentos necessários para o seu casamento, mas não voltou a sair.

A noiva esteve três horas do lado de fora do consulado à espera do seu noivo, mas em vão. Hatice acabou por avisar as autoridades, como Jamal lhe tinha dito para fazer, caso não saísse do consulado.

O corpo do jornalista nunca apareceu, mas as autoridades sauditas acreditam que Khashoggi foi morto no interior do consulado, sendo provável que tenha sido desmembrado. Os seus restos mortais deverão ter sido colocados em cinco malas, retirados do interior do edifício, e levados para casa do embaixador saudita.

As informações que foram surgido com o seguimento da investigação apontavam para o envolvimento do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.

ZAP //

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