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Governo português não vai proteger flotilha a Gaza. Espanha fará “tudo” o que puder

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Toni Albir / EPA

Mariana Mortágua junto dos barcos que partirão de Barcelona para Gazanuma ação humanitária de apoio ao povo palestiniano. À frente dela está a ativista e ex-presidente da Câmara de Barcelona, ​​​​Ada Colau

O Governo considera que não tem qualquer obrigação ao abrigo do direito internacional de acompanhar e proteger a flotilha em direção a Gaza com a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.

Parte, este domingo, de Barcelona, a “maior missão de solidariedade da história” com Gaza, para levar ajuda humanitária ao território palestiniano, denunciar “o genocídio” da população local por parte de Israel e romper o cerco israelita que bloqueia a entrada de qualquer assistência ao enclave.

A Global Sumud Flotilla vai integrar cerca de 50 barcos com ajuda humanitária e centenas de pessoas a bordo, entre elas, ativistas, políticos, artistas ou outras figuras públicas oriundas de 44 países. Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício fazem parte da frota.

Enquanto Espanha vai garantir “toda a proteção diplomática” à tripulação da flotilha, o Governo português recusa acionar os meios de proteção.

“É algo que me parece inusitado”, disse, este sábado, à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, esclarecendo que o Estado português “não tem nada que proteger, nem acompanhar” a flotilha humanitária que vai tentar levar apoio humanitário à Faixa de Gaza.

Por seu turno, o homólogo espanhol, José Manuel Albares, garantiu que, ao contrário de Portugal, o Governo espanhol vai oferecer toda a proteção diplomática e consular, não estando disposto a “permitir nenhuma atuação que viole a legalidade internacional” no que toca à flotilha, citado pelo La Vanguardia.

“Noutras ocasiões, com outras flotilhas, estivemos em contacto com eles antes de qualquer incidente e concedemos toda a nossa proteção diplomática e consular, e neste caso será exatamente igual”, garantiu.

A deputada Mariana Mortágua também havia pedido a proteção diplomática ao Governo português, por entender “que esta é uma missão legal e ao abrigo do direito internacional, e entendemos que o Governo português […] tem a obrigação moral, mas também legal, de usar todos os esforços e todos os instrumentos para garantir que estes barcos chegam em segurança e conseguem entregar ajuda humanitária em Gaza”.

Mas o pedido foi recuso e Rangel argumentou que a iniciativa é da sociedade civil e que “o Estado português não organizou esta missão”.

“Não vamos agora pôr a frota da Armada Portuguesa a acompanhar esta flotilha ou a desencadear uma guerra contra Israel, não sei bem o que é que se pretende”, completou o governante, recordando que a imunidade parlamentar da líder do Bloco de Esquerda não dá a Mariana Mortágua imunidade diplomática.

“A iniciativa com certeza que é louvável, os próprios [integrantes] disseram que tem uma natureza simbólica e isso é compreensível, a situação da catástrofe humanitária em Gaza é realmente terrível e eu compreendo que cada um, à sua maneira, entenda usar os meios que deve, mas é uma iniciativa da sociedade civil”, comentou.

“Outra coisa diferente, mas isso é devido a qualquer cidadão português, não há aqui nenhuma excecionalidade, nem sequer pela questão de ser deputado ou deputada […], evidentemente que o Estado português usa da proteção consular, havendo algum problema”, acrescentou, assegurando que está garantida para os três portugueses que tentaram penetrar o bloqueio israelita a Gaza.

ZAP // Lusa

21 Comments

  1. Para quem diz que o governo português gasta dinheiro a toa, quando lhe interessa, ja nao se importava de gastar o dinheiro do povo portugues a toa

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  2. Eu fosse Israel fazia o impensável e os deixava atracar em Gaza e fazia o mesmo que os Houthis e rebocava os navios para Israel.

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    • Fala por ti…. Mas ainda vivemos num país que podes votar em quem quiseres, mesmo que seja um idiota. Já nos países de esquerda só tens um partido que nomeia internamente o líder. O povo não tem o direito a se preocupar com assunto do Estado e apenas tem que se focar no trabalho que lhe foi designado. Apoiar uma causa que pede o genocídio de 15 milhões de pessoas e de um sistema Autoritário e fascista e altamente anti semita e racista que tratam as pessoas de cor por Al-Eabd…. Se não sabes o que significa é O Escravo.

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  3. Ajudar terroristas? Não, obrigado. Porque é que esta bloquista não quer saber do seu próprio país? Que vergonha. Mas é o que é, a Esquerda apoia nonsenses.

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  4. Também querias ir no cruzeiro?
    Se fores igual… normalmente, por aquelas bandas democráticas, é pena de morte…

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  5. É tão triste ter concidadãos com opiniões tão básicas….
    Claro que a pataroca da Mortágua não merece nenhum crédito ! Mas o estado português deveria ter uma posição firme contra o terrorismo nazi israelita, e não andar a reboque da UE, como um imbecil sem opinião, ao contrário de Espanha, que merece respeito pela posição consciente e independente que tomou e toma.
    Não pode haver 2 pesos para a mesma medida: se apoiarem claramente e bem a Ucrânia, não pidem ter outra atitude com s Palestina.
    É uma vergonha para Portugal, para a UE, para a civilização ocidental. Israel, mais cedo ou mais tarde irá pagá-las. N directamente, mas os seus “lacaios” europeus….infelizmente.

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      • realmente tem memória curta, selectiva ou vitima de “lixivia” se esta “história” só começou a 7 de Outubro de 2023… ainda nem eu era nascido e já existia problemas para aqueles lados…

    • Igualar a Ucrânia à Palestina ou é ignorância ou estupidez. A Ucrânia não invadiu a Rússia e matou 18000 pessoas, como a Palestina fez a 7 de Outubro de 2023 a Israel. Sim, 18000 pessoas, ajustando a população de Israel à Russa. E sim, a Palestina. O Hamas mais não é que o Governo eleito da Palestina. E não vale a pena tentar dizer que a população de Gaza não sabia o que o Hamas ia fazer, por 2 razões. Primeiro, porque o Hamas nunca escondeu que o seu único objetivo era a total destruição de Israel. Segundo, porque a maioria da população em Gaza apoiou o 7 de Outubro, tudo isto está documentado.

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      • E Israel não sabia o que ia acontecer.
        Os melhores serviços secretos do mundo andavam a dormir?
        Como é possível no decurso daquele evento tantos meios e homens aproximarem-se de uma das fronteiras mais vigiadas do mundo sem ser detetados? Ou será que Israel não tinha qualquer vigilância naquela fronteira, principalmente com um evento daqueles a decorrer?
        Deu jeito a Israel.
        A prova está que até hoje Israel pouco se tem importado com os prisioneiros, são danos colaterais!
        Uns querem um genocídio, mas os outros já estão a cometer um genocídio, é essa a diferença!

  6. Coitados dos tugas que vão na flotilha …já não bastava serem o que são e representam …e ainda vão apanhar um grande barrete !!!!
    Perceberam mal o objetivo . Pensam que vão para a GANZA …não para Gaza !!!
    Rezem …Rezem muito.

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  7. É uma iniciativa privada, não oficial. Quem vai já sabe os riscos que corre. O governo não tem nada a ver com isso. Se entrarem em águas não internacionais, estão a meter-se a jeito… temos pena.

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