Governo e Presidente da República em rota de colisão devido às previsões macroeconómicas para 2023

Miguel A. Lopes / Lusa

Em declarações aos jornalistas, em Nova Iorque, António Costa reconheceu a pertinência das preocupações mostradas pelo chefe de Estado em relação às previsões macroeconómicas do próximo ano.

Apesar dos múltiplos apelos deixados por Marcelo Rebelo de Sousa, o Governo promete não ceder e antecipar as previsões macroeconómicas para 2023 e em que vai basear os seus cálculos para a estruturação do Orçamento do Estado para o próximo ano. “Teremos o cenário macroeconómico que acompanhará o Orçamento do Estado que dará entrada na Assembleia da República no dia 10 de outubro”, estabeleceu o primeiro-ministro em Nova Iorque, a propósito da Assembleia Geral das Nações Unidas.

António Costa atirou apenas para “essa altura” a apresentação do “quadro de previsão daquilo que será a situação económica do país no próximo ano”. Foi ainda mais longe no tom, relembrando os jornalistas de que também o Presidente da República tem conhecimento dos prazos que pautam a apresentação do Orçamento do Estado e os trâmites que lhe estão inerentes.

“Falo todas as semanas com o sr. Presidente da República e o sr. Presidente da República conhece os calendários. Sabe que o Orçamento do Estado será apresentado no dia 10 e que o Orçamento do Estado terá o quadro macroecómico.”

Mesmo assim, António Costa reconheceu como válidas as preocupações manifestadas por Marcelo Rebelo de Sousa, à luz dos cenários económicos conhecidos nos últimos dias. “Todos devíamos ter preocupações sobre ano e sobre o dia de amanhã e sobre todos os anos.” De seguida, a cautela foi rapidamente substituída pelo otimismo que caracteriza o primeiro-ministro português, alicercado, neste caso, nas previsões da Comissão que apontam Portugal como o país que mais cresce em toda a União Europeia.

Citado pelo Expresso, António Costa explicou que o Governo está a analisar “as perspetivas para o próximo ano, tendo em conta o que são os efeitos da guerra e os efeitos que a guerra está a ter em várias economias europeias, como a alemã”. Estamos também a ter em conta o que acontece noutros mercados para onde as empresas portuguesas têm reorientado o seu esforço de exportação.”

  ZAP //

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