Miguel A. Lopes / Lusa

A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral fala aos jornalistas sobre a atual situação dos incêndios em Portugal
Portugal continental vai entrar, a partir de domingo e até quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias, anunciou hoje a ministra da Administração Interna.
Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental, anunciou a ministra Maria Lúcia Amaral, numa declaração ao país, sem direito a perguntas.
A situação de alerta entra em vigor a partir das 00:00 de domingo e prolonga-se até às 23:59 de quinta-feira, 7 de agosto.
A ministra da Administração Interna explicou a decisão do Governo salientando que, nos próximos dias, deverão registar-se temperaturas elevadas e baixos níveis de humidade que justificam a “necessidade de adotar medidas preventivas e especiais”.
Assim, entre domingo e quinta-feira, é proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
Segundo a ministra, as exceções podem ser consultadas no portal do Governo.
Dirigindo-se aos portugueses, a ministra da Administração Interna alertou que os próximos dias serão difíceis e pediu “serenidade e espírito de unidade nacional no enfrentar deste flagelo”.
“Peço que respeitem todas as indicações e orientações das autoridades competentes, que respeitem as proibições, que evitem quaisquer práticas que possam provocar incêndios. A ação de todos, consciente e preventiva, é indispensável”, apelou.
A ministra garantiu ainda que “todo o dispositivo de combate aos incêndios está pronto e mobilizado” e acrescentou que a resposta operacional Guarda Nacional Republicana, da Polícia de Segurança Pública e das Forças Armadas será reforçada, deixando também um agradecimento aos bombeiros.
A maioria dos distritos das regiões do Norte, Centro e Algarve está este sábado sob risco máximo de incêndio, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
No norte e centro de Portugal continental, estão em risco máximo de incêndio quase todos os concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra e Santarém. Os distritos de Coimbra e Portalegre também têm vários concelhos sob este alerta do IPMA.
No distrito de Faro, os concelhos de Monchique, Portimão, Silves, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira estão igualmente com risco máximo de incêndio.
Apenas alguns municípios no litoral do país, nomeadamente nos distritos de Lisboa, Setúbal, Porto e Aveiro estão com risco moderado incêndio.
Detidas 36 pessoas em flagrante delito
Este ano foram já detidas 36 pessoas em flagrante delito pelo crime de fogo florestal e 525 foram identificadas, revelam hoje dados da GNR, segundo os quais foram registados 2.979 crimes de incêndio.
Segundo os dados da GNR, relativos até 31 de julho, os distritos com maior número de detenções são Vila Real (8), Porto (7), Guarda (5), Braga (4) e Leiria (4).
Salienta-se ainda, em comunicado, que este ano foram sinalizadas, em todo país, 10.417 situações de falta de limpeza de terrenos.
“Face ao agravamento do risco de incêndio em vastas zonas do território nacional, motivado pelo aumento das temperaturas, ventos fortes e baixos níveis de humidade relativa”, a GNR refere que tem “vindo a reforçar, de forma significativa, o seu empenhamento na prevenção e no combate aos incêndios rurais”.
Neste âmbito, encontra-se a intensificar o patrulhamento de visibilidade e a vigilância em áreas florestais e agrícolas de risco elevado, muito elevado e máximo, através das suas valências de Proteção da Natureza e do Ambiente, Proteção e Socorro, Territorial e Investigação Criminal, com o objetivo de dissuadir comportamentos negligentes e detetar precocemente situações suspeitas.
A GNR apela, uma vez mais, ao sentido de responsabilidade da população, salientando a importância de evitar ações que possam desencadear incêndios, como fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimas ou queimadas, lançar foguetes e balões de mecha acesa.
Apela ainda para que se “evite fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas”, circular com tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.
A título preventivo, a GNR recomenda ainda à população para que acompanhe os avisos meteorológicos e os níveis de risco de incêndio através dos canais oficiais, “informe imediatamente as autoridades (112) em caso de fumo ou fogo” e evite deslocações desnecessárias a zonas florestais nos dias de maior risco.
ZAP // Lusa
Ensinei-te tudo, tudo aquilo que sabia
Vens dos saldos de talento, lá carácter não havia
Irrevogável , Irrelevante , dois adjetivos que marcam os dois Governos PSD-CDS . Habituem-se , outro lema proprio do P.S de A.C . Não Há duvida , estamos bem “Desgovernados” !