SDIS 33/EPA

Vento é “fator comum”. Perigo máximo ou muito elevado no Norte, Centro e Algarve. Quase 2000 bombeiros estão no terreno. Saiba o que fazer em caso de incêndio ou exposição a fumo.
Mais de 1.300 operacionais estavam no terreno por volta das 04:00 da madrugada desta terça-feira no combate às chamas nos incêndios que deflagraram em Mangualde, Ponte de Lima, Arouca, Penamacor e Ponte da Barca, para onde foram destacados meios aéreos, de acordo com a Proteção Civil.
O vento é “muito preocupante e “causa muitas dificuldades”: é “um fator comum” nos três maiores incêndios, os de Arouca, Ponta da Barca e Penamacor, alertou o comandante Marco Martins na SIC Notícias.
A dispersão dos três fogos é “muito grande”, o que complica o combate às chamas, dizia o presidente da Liga dos Bombeiros ontem à noite no mesmo canal.
Aldeia evacuada, outra confinada em Arouca
O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Arouca, no distrito de Aveiro, tem atualmente três frentes ativas.
O incêndio em Arouca mobilizava por esta manhã 552 operacionais, apoiados por 173 viaturas, disse à Lusa fonte do Comando Sub-regional da Área Metropolitana do Porto.
Só em Canelas e Espiunca estavam à 01h00 da manhã 532 operacionais e 165 veículos. Foi necessário proceder ao confinamento da aldeia de Vila Viçosa.
A aldeia de Fornos de Carvão está a ser evacuada, acrescentou a mesma fonte, e os Passadiços do Paiva e a ponte suspensa foram encerrados por motivos de segurança.
Penamacor a arder
Em Penamacor, no distrito de Castelo Branco, o combate “está a correr favoravelmente”, de acordo com o Comando Sub-regional da Beira Baixa.
Encontram-se aí 405 operacionais, auxiliados por 140 veículos, no combate ao fogo com duas frentes ativas, sendo que uma está dominada “a 70%”, acrescentou esta fonte. Pelo menos 30% do perímetro de incêndio ainda estava ativo ao início desta manhã.
Moradores abrigaram-se na igreja em Ponte da Barca
Já em Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, combatem o fogo 370 operacionais com o auxílio de 127 veículos. Dos três setores em combate, dois já se encontram “em manobras de consolidação”, disse à Lusa o comandante sub-regional do Vale do Ave da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, perto das 04:00.
Rui Costa notou ainda que “todas as populações estão em segurança nas suas localidades”, mas a aldeia de Ermida é a zona que mais preocupou, com os moradores a verem-se forçados a procurar abrigo na igreja local.
Mangualde
Ainda de acordo com dados no portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), 161 operacionais combatiam por volta da mesma hora um incêndio em Mangualde.
Esta manhã havia ainda uma frente de fogo ativa, numa zona com difíceis acessos.
O que fazer se estiver exposto a fumo
A Direção-Geral da Saúde (DGS) fez esta terça-feira recomendações sobre o que fazer em situação de inalação de fumos dos incêndios como retirar a pessoa do local e observar se apresenta queimaduras faciais e sinais de dificuldade respiratória.
Em situação de inalação de fumos, a DGS recomenda retirar a pessoa do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor. São sinais de alarme, a presença de queimaduras faciais, dificuldade respiratória e alteração do estado de consciência.
A DGS avisa que “a inalação de fumos ou de substâncias irritantes químicas, e o calor podem provocar danos nas vias respiratórias”.
Existem dois mecanismos de lesão: lesão pelo calor (queimadura) e irritação/toxicidade pelos componentes químicos do fumo.
Neste sentido, a DGS recomenda evitar exposição ao fumo, mantendo-se dentro de casa, com janelas e portas fechadas, em ambiente fresco, ligando o ar condicionado, se possível, no modo de recirculação de ar.
Também se deve evitar a utilização de fontes de combustão dentro de casa como aparelhos a gás ou lenha, tabaco, velas, incenso, entre outros, bem como evitar atividades no exterior.
A utilização de máscara/respirador (N95) é recomendada sempre que a exposição for inevitável, bem como manter a medicação habitual “se tiver doenças associadas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crónica e seguir as indicações do médico perante o eventual agravamento das queixas”.
“Mantenha-se informado, hidratado e fresco”, resume esta autoridade de saúde.
Aconselha ainda, em caso de necessidade ou para mais informações, ligar para o SNS24 (808 24 24 24) e em situação de emergência para o 112.
A DGS salienta ainda numa nota publicada no ‘site’ que ingerir leite em caso de intoxicação por fumo é um mito.
“Não vem descrito em artigos científicos a sua utilidade. O leite não é um antídoto do monóxido de carbono”, realça.
Recorde-se que as temperaturas vão subir e o risco máximo ou muito elevado de incêndio rural vai manter-se no Norte, Centro e Algarve. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), prevê-se a partir desta terça-feira dias de tempo quente e seco.
ZAP // Lusa