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Governo declara “situação de alerta” e reforça meios face à onda de calor

Maurizio Degl'Innocenti / EPA

O Governo decidiu declarar “situação de alerta” até ao próximo dia 6 de agosto, segunda-feira, devido à previsão de calor extremo e agravamento do risco de incêndio florestal.

“Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio florestal, o Governo, através do Ministro da Administração Interna assinou, esta quarta-feira, o Despacho que determina a Declaração da Situação de Alerta para o período compreendido entre os dias 2 e 6 de agosto, para a globalidade do território continental”, anunciou o Ministério da Administração Interna, em comunicado.

No âmbito desta “Declaração da Situação de Alerta”, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, o Governo determinou algumas medidas de caráter excecional, como a dispensa do serviço de funcionários públicos que sejam também bombeiros.

Também os trabalhadores do setor privado que desempenhem cumulativamente as funções de bombeiro voluntário estão dispensados, nos distritos para os quais tenha sido Declarado o Estado de Alerta Especial de Nível Vermelho pela proteção civil.

Fica também prevista a elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte da GNR e da PSP, “considerando-se para o efeito autorizada a interrupção da licença de férias e/ou suspensão de folgas e períodos de descanso”.

Entre as medidas excecionais, contam-se ainda o aumento do grau de prontidão e mobilização de equipas de emergência médica, saúde pública e apoio psicossocial, e a mobilização “em permanência” das equipas de Sapadores Florestais, do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza que integram o dispositivo de prevenção e combate a incêndios.

O Governo quer ainda aumentar o nível de prontidão das equipas de resposta das áreas das comunicações (operadoras de redes fixas e móveis) e da energia (transporte e distribuição), bem como proibir o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

No que respeita a proibições, o Ministério indica que fica também totalmente interditada a utilização de fogo-de-artifício ou outro material pirotécnico.

A partir desta quarta-feira, Portugal vai enfrentar uma onda de calor que pode atingir “máximos históricos”. Face a isto, há 9 distritos com avisos vermelhos e 4 concelhos em risco máximo de incêndio. A estes fatores junta-se ainda uma nuvem de poeira oriunda do norte de África.

Perante à onda de calor que vai assolar o país, a Marinha e o Exército vão reforçar, com mais 19 patrulhas e 76 militares, o apoio à Proteção Civil até domingo.

Possibilidade de fraca qualidade do ar

Também a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) fez um alerta para a possibilidade de fraca qualidade do ar durante o período de onda de calor, devido às concentrações de ozono e às partículas esperadas vindas de África.

Segundo a APA, as condições meteorológicas, com temperaturas muito elevadas esta quinta-feira e nos próximos dias, com o aumento da concentração do ozono troposférico, sobretudo no litoral do país, e a previsão de poeiras no ar, “conduzem a uma potencial situação de fraca qualidade do ar generalizada para todo o território continental até ao final de domingo”.

“Estes poluentes têm efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”, sublinhou a APA, recordando as recomendações da Direção-Geral da Saúde, que aconselha a população a tomar medidas de proteção, como manter-se em ambientes frescos, procurar manter frescas as habitações e beber muita água, evitando o álcool.

ZAP // Lusa

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