“Gota de água”. Membros da oposição interna do BE demitem-se

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Eduardo Costa / Lusa

Em causa está a recusa na abertura de um inquérito interno no caso polémico dos despedimentos que já está a ser investigado pelo Ministério Público.

Os membros da oposição interna do Bloco de Esquerda (BE) Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert demitiram-se hoje da Comissão Política do partido, que consideram “um órgão esvaziado das suas competências”.

De acordo com uma nota à comunicação social, estas demissões foram hoje apresentadas durante a reunião da Mesa Nacional do BE, órgão máximo do partido entre convenções, que decorre em Lisboa.

Nessa nota, “a recusa na última reunião da Comissão Política de constituição de uma comissão de inquérito para avaliação e apuramento de responsabilidades coletivas e individuais no processo de despedimento de funcionários” é apontada como a “gota de água que fez transbordar o copo”.

“Sabemos que há uma situação crítica que até este momento ainda não foi explicada. As pessoas, a opinião pública não consegue perceber, portanto, quer dizer que o Secretariado não tem conseguido saber explicar o que é que se passou. Acho que a melhor forma de se encontrar uma responsabilização é de facto fazendo um inquérito e chegar a conclusões sobre esse inquérito”, dissera Pedro Soares, porta-voz da lista opositora da direção na última convenção do BE.

Referia-se ao escândalo sobre o despedimento das recém-mães do partido (que está sob investigação do Ministério Público), a que se juntou um testemunho de um antigo funcionário que diz ter sido despedido depois de ter passado dos quadros para recibos verdes.

Os quatro membros da Comissão Política eleitos pela lista de oposição à direção do BE coordenada por Mariana Mortágua afirmam não querer “continuar a ser membros de um órgão esvaziado das suas competências e que, pela sua maioria, confere total cobertura a métodos, posições e decisões” em relação às quais “se consideram estranhos”.

“Enfrentar a crise que o Bloco atravessa exige coragem e humildade por parte da direção. Assumir erros implica, necessariamente, consequências que devem ser definidas de forma justa e fundamentada”, lê-se no texto.

A Mesa Nacional do BE elege de entre os seus membros uma Comissão Política, tendo em conta a proporcionalidade dos resultados eleitorais das diferentes moções apresentadas à Convenção Nacional, para tarefas de direção, representação e de aplicação das suas deliberações.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Tic Tac… Portugal precisa de esquerda competente que tenha sempre o foco nos problemas nacionais e dos portugueses. Não precisamos de partidos que passem 90% do tempo com problemas que se passam a milhares de kms e 9% focados nas anseias de não-portugueses de como viver sem trabalhar.

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