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Geringonça açoriana. PSD pondera ligação com CDS, PPM e Chega (e o PAN é o centro da disputa)

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Eduardo Costa / Lusa

PSD leva em conta “casamento” político com CDS e PPM e estes podem ser opção para o executivo regional. Os sociais-democratas e os socialistas disputam o PAN.

Após as eleições nos Açores, que se realizaram no passado domingo, os partidos já começam a pensar no próximo passo. Enquanto o PS enfrenta a perda da maioria absoluta, o PSD está a tentar coser uma bandeira de várias cores partidárias que lhe permita apresentar uma alternativa.

Segundo o Expresso, o CDS e o PPM serão os parceiros preferenciais do social-democrata José Manuel Bolieiro e até poderão vir a ser desafiados a integrar o Governo Regional. No caso do Chega e da Iniciativa Liberal, estes poderão vir a ter um papel diferente, cabendo-lhes viabilizar esse executivo a partir da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

Para já ainda não há garantias de nada. Contudo, o clima negocial foi contaminado com uma frase de André Ventura, em declarações ao Expresso, mal os votos tinham sido acabados de contar. “Estamos totalmente indisponíveis para nos entendermos com os partidos do sistema”, garantiu o presidente do partido.

Ainda assim, pouco depois, o deputado vincou que “a última coisa” que quer é ser o passaporte do PS para o poder. O líder do Chega nos Açores, Carlos Furtado, um dos dois deputados eleitos pelo partido, disse ao Expresso que está “fora de questão” apoiar um governo socialista ou integrar uma solução à direita. “Não vejo que estejam reunidas quaisquer condições para uma solução governativa séria”, realça.

O dirigente do Chega acusa os partidos de quererem negociações a “qualquer custo” e recusa alinhar com partidos do sistema, mostrando-se assim em concordância com o que foi dito por Ventura.

No caso do líder da IL nos Açores, Nuno Barata, que também garantiu um lugar na ALRAA, entende que o partido tem que “avaliar muito bem” o resultado da noite de domingo, mas manifesta-se disponível para apoiar uma solução governativa à direita.

“O povo açoriano não saiu de casa em vão, a maioria quis que o PS perdesse a maioria absoluta. Vamos ter que aprofundar a nossa análise, mas penso que o povo açoriano não compreenderia se a IL apoiasse um governo socialista”, referiu Nuno Barata ao Expresso.

No continente, o partido liderado por André Silva tem pendido para o lado esquerdo, mas nos Açores tudo é possível – uma vez que o partido já foi sondado por socialistas, sociais-democratas e monárquicos para conversar.

O porta-voz do PAN na região autónoma, Pedro Neves admite que está “tudo em aberto” relativamente a uma solução governativa para a região, mas garante estar disponível para dialogar com toda a gente: “Estamos obviamente abertos a ouvir e a negociar com os outros partidos. Não somos um partido de esquerda ou direita, mas de pontes e convergências”, realça.

O deputado eleito diz que o PAN está “tranquilo” e enquanto “partido responsável” quer sobretudo uma governação a médio e longo prazo nos Açores. Satisfeito com o facto de o PS ter perdido a maioria absoluta, Pedro Neves considera que a nova dinâmica parlamentar dará “maior margem” ao partido para negociar algumas das suas principais bandeiras.

ZAP //

3 Comments

  1. Quando é o PS a aliar-se há Esquerda é um governo Geringonça e quando é o PPD a aliar-se há Direita não é geringonça? Ou geringonça é para os outros para os nossos é um Aliança?, Esta classe política para irem para o poleiro até ao diabo se aliam, vou estar é atento aos que tanto falaram da geringonça, tanto jornalistas, comentadores de orgãos de comunicação Social e jornalistas assim como até políticos, o que vão dizer e escrever, tanto o PPD como o PS querem é o poleiro a todo o custo nem que hoje digam uma coisa e amanhã se desdigam.

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