Há uma nova burla informática a crescer em Portugal. Trata-se da “fraude CEO” que pretende levar empresas a fazerem pagamentos a burlões que se fazem passar por fornecedores ou parceiros de negócios.
Em 2022, houve um aumento de 64%, face a 2021, nas denúncias de situações de “fraude CEO” que chegaram ao Gabinete Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo dados citados pelo Jornal de Negócios.
Este tipo de burla, mais conhecido por “CEO fraud” ou “business email compromise”, desenrola-se com “técnicas de engenharia social” que pretendem enganar empresas, levando-as a acreditar que estão a fazer pagamentos a fornecedores ou parceiros de negócios conhecidos.
São, habitualmente, acções de “grupos de crime organizado internacional” que causam “prejuízos económicos de grande montante”, aponta a PGR num relatório sobre cibercrime que é referido pelo Negócios.
Após 14 denúncias em 2021, o Gabinete Cibercrime recebeu 23 queixas de “fraude CEO” em 2022, segundo dados da PGR.
Entre os exemplos citados no relatório da PGR estão “empresas estrangeiras, queixando-se de que foram enganosamente induzidas a efectuar pagamentos para contas bancárias de bancos em Portugal”. Mas também há “entidades portuguesas que denunciaram ter efectuado pagamentos com destino a contas bancárias estrangeiras”, aponta a entidade.
Casos de phishing cresceram 114,37%
Em termos globais, o Gabinete Cibercrime recebeu, em 2022, 2.124 denúncias, o que constitui “um aumento de 73,58% face às 1.160 registadas no ano anterior”, vinca o relatório da PGR.
A maioria dos casos são de “phishing“, tendo como alvos, sobretudo, cartões de crédito bancários. Em 2022, houve 358 denúncias deste tipo, “mais 114,37% quando comparado com as 167 denúncias desta natureza registadas em 2021″, aponta o Negócios.
A pandemia impulsionou este tipo de crime cibernético, mas a “tendência crescente afigura-se constante e consistente” e vai estender-se para lá dos efeitos da covid-19, prevê ainda a PGR.