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Fim das moratórias teve “impacto reduzido”. Possibilidade de extensão é “muito escassa”

Tiago Petinga / Lusa

Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB)

Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), disse no Parlamento que o fim das moratórias teve um “impacto muito reduzido” nas famílias no mês de março, tendo registado um número “muito baixo” de casos de incumprimento.

“O fim das moratórias não é o fim da linha”, assegurou aos deputados Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), que acrescentou que o setor tem a situação “sob controlo” e vê como “muito escassa” a possibilidade de prorrogação das moratórias por parte das autoridades europeias.

“Os bancos, neste momento, consideram que a situação está sob controlo. Os bancos têm realizado um grande trabalho de acompanhamento detalhado em relação à situação que se vive em termos de particulares. Com o fim das moratórias, o incumprimento foi muito baixo e dentro daquilo que estava previsto em termos de análise feita pelos bancos e pelo Banco de Portugal”, disse, citado pelo ECO.

Apesar de salvaguardar que podem haver casos de maior dificuldade, o presidente da APB chamou a atenção para o facto de estas situações individuais terem soluções dentro do banco.

“O quadro que existe, além do compromisso que o setor assumiu e que é evidente no apoio que deu, é suficiente para que as pessoas com dificuldades financeiras. Elas não ficarão desprotegidas porque as moratórias terminaram”, disse Catarina Cardoso, diretora-geral da APB.

A responsável também alertou para o facto de as famílias que possam sentir dificuldades sinalizarem a sua situação junto do banco no sentido de encontrar uma solução que poderá passar por uma renegociação individual do contrato.

Já em relação às empresas, Faria de Oliveira disse que tem mantido um “diálogo muito intenso com o Governo e as outras associações empresariais” no sentido de encontrar soluções para uma saída ordenada das moratórias, mas avisou que estas medidas vão “requerer partilha de esforço muito maior entre o sistema e o Estado”.

“Espero, com a urgência possível, venha a ser encontrado esse quadro”, disse apenas, sem adiantar que medidas estão a ser discutidas com o Executivo de António Costa.

Sobre a proposta do PCP, que prevê o prolongamento por mais seis meses das moratórias e para a extensão do prazo para adesão à moratória pública até 30 de abril, Faria de Oliveira disse que ajustamentos nos prazos “têm de estar ou estão condicionados pela disponibilidade de a EBA de manter a flexibilidade das orientações que terminaram a 31 de março”.

E acrescentou: a possibilidade de prorrogação por parte da EBA desse regime de flexibilidade é “muito escassa“.

“Se a EBA estendesse no tempo essas guidelines, não teríamos nada a obstar. (…) Todas as indicações que temos das autoridades quer da EBF (European Banking Federation) é não existe possibilidade nenhuma de isso acontecer”, afirmou o responsável.

Liliana Malainho, ZAP //

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