CPI acaba hoje: polémicas, deputados entretidos e “ficámos a saber o mesmo”

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Miguel A. Lopes / LUSA

Audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP

Fernando Medina fecha uma passagem de modelos que começou no final de Março. Conclusões vagas devem mexer pouco ou nada no Governo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP termina nesta sexta-feira, dia 16 de Junho, dois meses e meio depois do seu início.

Fernando Medina fecha, a partir das 11 horas da manhã, uma passagem de modelos que começou no final de Março. O primeiro a ser ouvido, a 29 de Março, foi o inspector-geral de Finanças, António Ferreira dos Santos.

A comissão parlamentar de inquérito iria focar-se entre os anos 2020 e 2022, com um suposto assunto central: a entrada e a saída de Alexandra Reis, antiga secretária de Estado, a famosa indemnização e as responsabilidades da tutela nesse processo.

Cerca de dois meses e meio depois, e após conversas com cerca de 60 “convidados” e após mais de 160 horas de diálogos, os deputados andaram “entretidos com assuntos paralelos”.

E, em alguns assuntos, “não saberemos mais do que o que sabíamos no início”, essencialmente sobre o que originou esta comissão – a saída de Alexandra Reis.

Ricardo Jorge Pinto disse na Antena 1 que esta CPI ficou marcada pela “pouca eficácia” dos deputados.

Não se discutiu o que é importante para o país: saber se a TAP deve estar em mãos públicas ou privadas. E que papel deve ter o Estado na gestão dessa empresa”, avisou o comentador.

Provavelmente o principal “assunto paralelo” surgiu já durante a CPI: a famosa noite de 26 de Abril, na sequência da saída de Frederico Pinheiro do Ministério das Infraestruturas.

Mas, antes, já tinham surgido revelações sobre reuniões secretas, pedidos de alteração de voos para o Presidente da República, pagamentos de consultorias e pré-reformas milionárias, contratação de amigos…

Uma “matriosca de polémicas”, como resume o Jornal de Negócios.

Conclusões?

A votação final do relatório final da comissão parlamentar de inquérito está marcada para o dia 13 de Julho.

O primeiro-ministro assegurou que iria tirar conclusões políticas ao ler as conclusões desse relatório.

Quais conclusões? António Costa “não terá grande matéria para agir, nomeadamente numa alegada remodelação no Governo”.

Isto porque, continua Ricardo Jorge Pinto, o relatório vai apresentar “conclusões vagas, que deixam mais dúvidas do que esclarecimentos” sobre a gestão política da TAP.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. Depois de ver, ouvir e ler com uma certa frequência estes Inquéritos ; só posso tirar uma conclusão …….(só sei que nada sei) , entre clarificações a medida e aldrabices notáveis ……vamos ver , o que ao Alto Nível , sairá como decisão !

  2. Comecem é já outra CPI para averiguar a atuação do SIS e outra ainda para perceber o motivo pelo qual o Medina e o Cordeiro não foram ainda constituídos arguidos no âmbito do tutti frutti.

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