Emails revelam que filho de Marcelo enviou contacto dos pais das gémeas à Presidência

2

Tiago Petinga / Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa com o filho, Nuno Rebelo de Sousa.

Um email agora revelado confirma que Nuno Rebelo de Sousa enviou os contactos dos pais das gémeas à Presidência da República.

Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, enviou um email a 29 de outubro de 2019 ao chefe da Casa Civil da Presidência da República, Fernando Frutuoso de Melo, com o contacto de Daniela Martins e do seu marido, os pais das gémeas luso-brasileiras que foram tratadas com o Zolgensma em Portugal.

De acordo com o Correio da Manhã, no email em causa, o filho de Marcelo relatou “um assunto que o meu pai passou à Dra. Maria João Ruela, mas até hoje nada evoluiu e ninguém falou com os pais das crianças“, com um vídeo anexado das gémeas que “estão internadas 24h com os movimentos a piorarem dia após dia.”

Esta terça-feira, Frutuoso de Melo será ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao caso. Amanhã, será a vez de Maria João Ruela, assessora para os Assuntos Sociais, prestar depoimento.

Em resposta ao email, Frutuoso de Melo informou Nuno que, após contactar o Hospital de Santa Maria, decidiram “envolver o Governo, pois a gestão das listas de espera é da responsabilidade do Ministério da Saúde.”

Recorde-se que o caso das gémeas teve início a 21 de outubro de 2019, quando Nuno Rebelo de Sousa pediu ajuda ao pai. Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, sempre negou qualquer tentativa de influenciar o processo em benefício das gémeas.

A investigação levou a que Nuno Rebelo de Sousa, António Lacerda Sales, ex-secretário de Estado da Saúde, e Luís Pinheiro, ex-diretor clínico do Hospital de Santa Maria fossem constituídos arguidos por suspeitas de cunhas.

As gémeas receberam tratamento com Zolgensma, um medicamento avaliado em quatro milhões de euros, pago pelo Estado português, em junho de 2020.

Daniela Martins recusou recentemente enviar à comissão parlamentar o contrato de seguro de saúde das crianças com a AMIL – Assistência Médica Internacional, justificando, através do seu advogado Wilson Ficalho, que não está legalmente obrigada a fornecer tal informação. Esta recusa pode resultar numa acusação de desobediência qualificada.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

2 Comments

  1. Isto vai andar e andar…
    Ninguém vai ser condenado.

    Se fosse alguém do Zé povinho a cometer um crime. Já estava preso e condenado.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.