As famílias das vítimas mortais do coronavírus são impedidas de acompanhar os funerais dos seus entes queridos. O corpo é embrulhado num saco especial e acompanhado com uma pulseira identificada com um número.
É uma nova realidade face à pandemia de covid-19. Este cenário já tinha sido relatado noutros países e está também presente em Portugal. O corpo das vítimas de coronavírus vai num caixão fechado, embrulhado num saco especial e apenas com uma pulseira com um número que identifica a pessoa, escreve o Correio da Manhã, esta sexta-feira.
“Nem sequer pude ver o corpo. Entregaram-me os objetos dela e tenho de acreditar que é a minha avó. Não me despedi”, contou José Cruz ao CM, neto de Hannelore Cruz, uma das vítimas mortais da covid-19.
O seu corpo entrou sozinho no cemitério, sem qualquer membro da família a acompanhá-lo. Apenas foi concedida a entrada ao condutor da carrinha funerária e a um funcionário que desinfetava o espaço.
Hannelore morreu, na quarta-feira, com 76 anos de idade e sem um quadro de doenças associadas. “Tive a possibilidade de falar com ela ao telefone um dia antes. Pedi-lhe que me ligasse no dia seguinte para voltarmos a falar, mas ela disse-me que já não iria conseguir. Não tinha forças, quis despedir-se“, contou o neto ao Correio da Manhã.
A portuguesa de origem austríaca nunca foi testada à covid-19. Os sintomas manifestaram-se mais de uma semana antes da sua morte, relata o neto: “A minha avó ligou-me e disse-me que tinha febre e muita tosse. Ela própria teve noção de que podia ter o vírus de que já se falava. Estava assustada, liguei par o lar para que o caso fosse logo acompanhado”.
Com os meus respeitos e pesâmes para com avó (já não viva ) e neto, queria dizer que, apesar de estar numa vilória a escassos 15 km de Braga, aqui reina a mais descontraída convivência social, não obstante a fiscalização das autoridades que, contudo, não podem estar em todo o lado ao mesmo tempo. No Intermarché, nem uma luva, nem um desinfectante, gente aos magotes, na fruta, no talho, no comes e bebes, nas caixas com as respetivas funcionárias, tudo em amena cavaqueira a menos de um metro uns dos outros, Qual covid, qual cara**: aqui vende-se tudo, mas rigorosamente tudo… basta ir de olhos bem abertos e raciocínio apurado. No lidl, a coisa é mais disfarçada, mas luvas desinfectante e distancia social… adeus canhoto! Nas caixas, uma cliente estava logo em cima de mim , a tal ponto que pôs os tomates dela em cima da minha saca em papel que continha pão; e, se não fosse pouco, ao pagarmos fazemo-lo a cerca de 50 cm da cara da emprega ou do empregado que, tão pouco, desinfecta as mãos para passar ao cliente seguinte. Contando estes casos, apenas quero dizer que nos estamos a relaxar, quando devíamos estar a tomar medidas mais drásticas, se não queremos cenários como o da Espanha ou da Itália. Sr. Ministro da Administração Interna, se os militares da GNR ou os polícias da PSP não chegam, faça o favor mobilize o exército, que também precisa de fazer alguma coisinha de vez em quando. E se ainda não conhece a psicologia dos minhotos, faça-nos um favor: leia Vitorino Nemésio, David Mourão-Ferreira, Alberto Sampaio e tantos outros que, há tanto tempo, traçaram a psicologia das gentes portuguesas, gentes essas que hão-de ser a razão maior de uma regionalização. Continuar ao que assistimos hoje é que não é possível; e se o caso não for resolvido, vai ter de ser o povo, o povo que sabe o que é um vírus e uma bactéria, que os sabe distinguir e que sabe o perigo que representam, a tomar medidas, desinfectando nomeadamente a cara, as caixas registadoras, os balcões de atendimento, os balcões e comes e bebes, e mais o que houver por perto. Que ninguém pense que são todos pecos e que não sabem, com produtos muito simples e baratos, fazer potentes desinfectantes. Mas depois não se queixem, não se queixem que aqui não existiu uma Espanha ou uma Itália. Estamos simplesmente a fazer apelo ao princípio da lei, da ordem, e do cumprimento do Estado de Emergência! Entenda-se!