Família de homem atropelado por carro de Cabrita recebe subsídio de 246 euros

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Paulo Cunha / Lusa

O carro onde seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que envolveu uma vitima mortal por atropelamento

A família do trabalhador atropelado pelo carro onde seguia Eduardo Cabrita, em junho, recebe subsídios da Segurança Social no valor de 246 euros.

Nuno Santos, de 43 anos, foi atropelado pelo carro do ministro da Administração Interna na auto-estrada, quando decorriam obras de manutenção na via. O trabalhador deixou duas filhas, com 15 e 19 anos, e a viúva, Marta.

A família de Nuno Santos recebe uma pensão de sobrevivência da Segurança Social de 246 euros por mês, confirmou o advogado José Joaquim Barros ao jornal Público.

A viúva do trabalhador chegou a queixar-se de só ter recebido “uma carta” com as condolências, mas que ninguém lhe perguntou “se precisava de ajuda”. Marta alegava não ter rendimentos para sustentar a família. “E agora como vai ser? As minhas filhas vão morrer à fome“, lamentou-se.

Só três meses depois da morte é que a Segurança Social começou a pagar um subsídio de cerca de 160 euros à viúva e um de 43 euros a cada uma das filhas. “Um valor muito pequeno para quem perdeu o marido e o pai”, lamenta o advogado em declarações ao matutino.

A pensão de sobrevivência que recebe corresponde apenas 60% do valor que este receberia de reforma se fosse aposentado agora. “Ora estamos a falar de uma pessoa de 43 anos que terá, no máximo, 20 anos de descontos e que também não tinha um salário muito elevado”, explicou o advogado ao Público.

O que lhe permite “não morrer à fome”, conta, é a pensão de pouco mais de 500 euros por mês, paga pela seguradora da empresa onde trabalhava o marido.

Cinco meses depois, a investigação do Ministério Público continua em segredo de Justiça. “Não se sabe nada. Continuamos sem saber a que velocidade ia o carro do senhor ministro, se o condutor foi submetido ao teste de alcoolemia, obrigatório em acidentes, sobretudo quando há mortes, e também não sabemos onde está o carro”, lamentou José Joaquim Barros.

A família estará à procura de uma compensação financeira do Estado. Para tal, é preciso provar que a culpa é de quem conduzia o automóvel.

Daniel Costa, ZAP //

3 Comments

  1. Esse montante dá para comprar quinze embalagens de bifes tenrinhos de peru, três embalagens com cápsulas da louça, dois litros de lixívia, sete quilos de alface, e dois litros de sumo de laranja.

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