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Facebook esteve 6 horas em baixo. Fortuna de Zuckerberg encolheu 6 mil milhões

Alex Wong / Getty Images / AFP

Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook

Depois de ter tido problemas a nível mundial, durante cerca de seis horas e meia, a rede social Facebook voltou a funcionar pelas 23:00 desta segunda-feira. O apagão custou seis mil milhões de dólares a Mark Zuckerberg

Após mais de seis horas sem serviço, o Facebook, Messenger e Instagram voltaram a estar disponíveis por volta das 23 horas desta segunda feira — altura em que o WhatsApp, também detido pelo Facebook, continuava em baixo.

O responsável pela área da tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, pediu hoje “sinceras desculpas” a todos os utilizadores afetados pela interrupção nos serviços.

Estamos a enfrentar problemas na rede e as equipas estão a trabalhar o mais rápido possível para expurgar e restaurar o serviço o mais depressa possível”, disse Schroepfer na sua conta no Twitter.

Segundo a agência EFE, as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp registaram problemas a nível mundial, assinaladas com queixas em massa de utilizadores feitas no portal Downdetector.

De acordo com a agência espanhola, utilizadores de países como os Estados Unidos, México, França, Roménia, Noruega, Geórgia e Grécia registaram no portal Downdetector que estão a ter problemas. Em Portugal, os problemas no Facebook e Instagram foram sentidos sensivelmente desde as 16:30, constatou a agência Lusa.

A família de serviços do Facebook “essencialmente desapareceu da internet” durante várias horas, depois de problemas de tráfego que os deixaram indisponíveis aos utilizadores, adiantou a empresa de segurança digital Clouflare, citada pela Agência AFP.

O Facebook não revelou a possível causa da interrupção, mas especialistas em segurança cibernética disseram ter encontrado sinais de interrupção nas rotas que ligam os utilizadores à rede social.

“O Facebook e suas aplicações relacionadas desapareceram da Internet, numa enxurrada de atualizações do Border Gateway Protocol”, explicou John Graham-Cumming, CTO da Cloudflare, no Twitter. Este protocolo é responsável pela troca de informação e garantia de interoperabilidade entre segmentos autónomos de uma rede na Internet.

Na mesma rede social, o CEO e cofundador da Cloudflare, Mathew Prince, publicou um gráfico explicativo da razão que poderá ter levado ao apagão do Facebook.

O apagão ocorre um dia depois de Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, ter denunciado numa cadeia de televisão norte-americana que os responsáveis da rede social sabiam que as suas plataformas estavam a alimentar o ódio, a prejudicar a saúde mental de crianças e adolescentes, e que contribuiu para o ataque ao Capitólio.

Frances Hagen, especialista de dados de 37 anos, trabalhou para empresas como Google e Pinterest, mas sustenta que o Facebook é “substancialmente pior” do que tudo o que já viu antes. A ex-funcionária copiou milhares de documentos internos que mostram que a rede social sabia dos perigos que representava, mas “preferiu manter os lucros”.

Apagão no FB custa seis mil milhões a Zuckerberg

A riqueza pessoal do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, caiu em mais de seis mil milhões de dólares, após os vários problemas nas principais plataformas da empresa tecnológica registados esta segunda-feira.

De acordo com a Bloomberg, Zuckerberg desceu um degrau na lista dos mais ricos do mundo, devido à paralisação global que afetou o Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp.

As ações da gigante tecnológica caíram esta segunda-feira 4,9%, somando-se a uma queda de cerca de 15% desde meados de setembro.

A queda das ações, na segunda-feira, fez com que o valor de Mark Zuckerberg descesse para 121,6 mil milhões de dólares, ficando abaixo do fundador da Microsoft, Bill Gates, na quinta posição no índice Bloomberg Billionaires. A riqueza de Zuckerberg estava em 140 mil milhões de dólares em setembro, segundo o índice.

Em setembro, o The Wall Street Journal começou a publicar uma série de histórias com base em documentos internos, revelando que o Facebook tinha conhecimento de problemas com os seus produtos – como a desinformação sobre o ataque ao Capitólio dos EUA e os malefícios do Instagram para a saúde mental em adolescentes.

Os relatórios – relativizados pelo Facebook em público – chamaram a atenção de congressistas e, esta segunda-feira, Frances Hagen apresentou-se em público como sendo a denunciante do caso à imprensa.

Em resposta, o Facebook enfatizou que os problemas das suas plataformas, incluindo a polarização política, são complexos e, alertou, não são provocados apenas pela tecnologia.

“Dá conforto às pessoas presumir que deve haver uma explicação tecnológica ou técnica para as questões de polarização política nos EUA”, referiu à CNN o vice-presidente de assuntos globais do Facebook, Nick Clegg.

Com paralisação das redes sociais, não foi só Mark Zuckerberg a ressentir-se. Segundo uma estimativa da organização não governamental NetBlocks, que se dedica à cibersegurança, a economia mundial perdeu mais de 950 milhões de dólares após as mais de seis horas de problemas técnicos na empresa de Mark Zuckerberg.

ZAP // Lusa / AFP

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