A noite desta sexta-feira ficou marcada por explosões e sinais de ataques aéreos na Ucrânia. Os EUA anunciam que vão impor sanções económicas contra Putin.
Segundo a Lusa, a NATO vai enviar mais militares para o leste da Europa e a Rússia e a Ucrânia estão a discutir o dia e o local para um encontro, adiantou nas redes sociais o porta-voz do presidente ucraniano.
Um grande edifício residencial em Kiev foi atingido por um míssil na madrugada deste sábado, indicou à AFP o serviço do Estado para as questões de emergência, sem dar informações quanto a eventuais vítimas.
O míssil atingiu o edifício entre o 18.º e o 21.º andar, precisou este serviço do estado ucraniano, acrescentando que a evacuação do prédio estava “em curso”.
A Rússia havia anunciado um pouco antes ter disparado mísseis de cruzeiro, ao terceiro dia da invasão da Ucrânia.
Zelenskii pede ajuda à população para defenderem a cidade de Kiev. O Presidente da Ucrânia pediu à população para não depor as armas e defender Kiev, onde o exército ucraniano se confronta já com as forças russas, dois dias depois do início da invasão.
“Estou aqui. Não vamos depor as armas e vamos defender o nosso país“, declarou Volodimir Zelenskii, numa mensagem de vídeo publicada na rede social Facebook. Entretanto, Moscovo afirmou ter visado as infra-estruturas militares ucranianas com mísseis de cruzeiro.
O Presidente ucraniano diz que a madrugada deste sábado será “difícil” para a Ucrânia, num momento em que o exército russo se aproxima cada vez mais do centro de Kiev e há batalhas em várias cidades do país.
“Não podemos perder a capital, temos de resistir”, pede Volodimir Zelenskii, que tenta sentar-se à mesa de negociações com Putin para colocar um ponto final ao conflito.
Ainda na sexta feira à noite, ouviram-se tiroteios na capital ucraniana, segundo mostram vídeos publicados por órgãos de comunicação social do país.
❗️Shooting is heard in #Kyiv pic.twitter.com/dSChUwHfNE
— NEXTA (@nexta_tv) February 25, 2022
“Não podemos perder a capital”
Segundo o Público, com o cerco a fechar-se à capital da Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia anunciam sanções ao líder russo. NATO ativa pela primeira vez a sua Força de Resposta e envia reforços para o Leste da Europa.
O dia começou com Kiev a ser alvo de mísseis e os seus habitantes a tentarem perceber de onde vinham os sons de explosões e acabou com a capital ucraniana debaixo de ataques aéreos e a sentir-se cercada, com notícias de combates a pouco mais de três quilómetros do Parlamento e da central Praça Maidan.
“Esta noite vai ser a mais dura. O inimigo vai dar tudo. Temos de resistir. A noite vai ser muito dura, mas vamos chegar ao nascer do sol“, afirmou o Presidente, Volodomir Zelenskii, numa mensagem aos ucranianos ao início da madrugada.
“Muitas das nossas cidades estão sob ataque; Chernihiv, Sumy, Kharkiv, os nossos rapazes e raparigas no Donbass, as cidades do Sul, atenção especial a Kiev”, disse. “Não podemos perder a capital“.
Mas o cerco a Kiev não estava completo – a maioria das unidades russas, vindas da Bielorrússia, avançavam para a cidade por Norte e Ocidente, outras, mais afastadas, progrediam de Leste, vindas da Rússia –, prevendo-se que uma operação para a tomar não acontecesse sem o círculo estar completo.
“Estamos aqui. Estamos em Kiev. Estamos a defender a Ucrânia”, afirmara horas antes Zelenskii, num vídeo que publicou nas redes sociais onde surgia acompanhado do primeiro-ministro e dos seus mais próximos colaboradores, diante do edifício da presidência. “Os nossos soldados estão aqui. Os cidadãos estão aqui e nós estamos aqui. Defendemos a nossa independência“, assegurou.
Este apelo chegou horas depois de o Ministério da Defesa ter encorajado os habitantes da capital a prepararem “cocktails molotov” e a prepararem-se para resistir.
Centenas de milhares de ucranianos estão em fuga – a ONU estima que 100 mil pessoas tenham deixado as suas casas logo na quinta-feira e diz que “mais de 50 mil refugiados fugiram do país em menos de 48 horas”.
“Tomem o poder, será mais fácil para chegarmos a um acordo“, pedia por seu turno, Vladimir Putin, dirigindo-se aos militares ucranianos.
Guerra na Ucrânia
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